Fabrício Goulart
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Empresários, comerciários e interessados no tema da sustentabilidade e sua aplicação no mundo corporativo se debruçaram sobre o tema durante a reunião-almoço Tá na Hora, promovida pela Associação Comercial e Industrial de Santa Cruz do Sul (ACI), no Hotel Águas Claras Higienópolis, ontem. Como convidado, à frente do debate, esteve o presidente da Stihl Brasil, Cláudio Guenther.
Instalada em São Leopoldo, no Vale dos Sinos, a multinacional alemã lidera o mercado brasileiro de ferramentas motorizadas portáteis. Guenther lembrou as origens em comum entre o município e a empresa. Segundo ele, a escolha da região no Brasil, a primeira fora da Alemanha, não aconteceu por acaso. “Estamos sediados em São Leopoldo por ser uma colônia alemã, ser o berço da colonização alemã, e estar mais próxima em questão de cultura. Temos 50 anos de Brasil, lembrou.
Presidente da companhia desde 2011, Guenther ressaltou que para a Stihl a sustentabilidade não tem muito a ver com meio ambiente e sim sobre amparar o processo e criar uma empresa de visão a longo prazo. Por consequência, é necessário seguir todas as legislações vigentes – o que inclui as sobre meio ambiente. Nesse raciocínio, o executivo cita a criação do Sistema Gestão Ambiental (SGA), que busca aperfeiçoar os processos de proteção ambiental e garantir a melhoria contínua relacionada aos seus produtos e serviços. “É um assunto novo e que vem para unificar várias coisas.”
Como exemplo, o empresário citou alguns pontos que envolvem a cultura da Stihl. “É produzir, ter uma produção limpa e não chegar com algo que polui a cidade. É uma questão de observar o trabalho e os funcionários”, apontou, destacando com isso o respeito a tudo e todos. “É ser totalmente contra o trabalho infantil e o trabalho escravo. É uma coisa que já está no DNA da empresa.”
A Stihl possui cerca de 3,4 mil funcionários. A matriz está localizada em de Waiblingen, na Alemanha, e a empresa está presente em mais de 160 países por meio de canais de distribuição, formados por mais de 55 mil revendedores especializados. Diante do amplo alcance, o presidente citou um desafio para colocar em prática a sustentabilidade: a redução do gás carbônico, o CO2. “Temos metas fortes e que têm influência direta nas alterações climáticas”, frisou.
A problemática está menos ligada ao Brasil e mais à Alemanha, país dependente de gás natural. “Em nível de grupo, (a preocupação) realmente é a redução de CO2. Nós temos uma energia limpa no Brasil. Energia hidroelétrica, eólica e solar. Na Alemanha, ainda temos muito a questão do gás. A grande dificuldade, inclusive com a falta de gás, é sair totalmente para uma energia limpa”, destacou.
Além da sustentabilidade, Guenther acredita que um exemplo da Stihl para a região está na valorização das pessoas. Conforme ele, é preciso investir no capital humano e em sua formação. “Nós conseguimos crescer se tivermos um bom ambiente de trabalho, pessoas preparadas e com uma empresa estruturada”, atestou o presidente.