Ricardo Gais
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A informação sobre a abertura do comércio considerado não essencial na próxima segunda-feira, 22, causou grande expectativa para os comerciantes. Em uma reunião virtual entre o governador Eduardo Leite e lideranças empresariais da FCDL-RS, foi discutida a retomada das atividades, que tiveram que fechar as portas devido à bandeira preta. No entanto, o governador, até o fechamento desta edição, não havia se pronunciado oficialmente sobre a abertura ou não. Nesta sexta-feira, 19, é que deve ocorrer o anúncio de novas medidas para a próxima semana, segundo assessoria de imprensa do Estado.
O presidente da CDL Santa Cruz, Ricardo Fernando Bartz, avalia que o cenário atual não é bom, pois desde o primeiro fechamento das lojas, no ano passado, os comerciantes estão tentando se recuperar. “Esse segundo fechamento acabou piorando a questão financeira, então a CDL lançou ontem uma pesquisa para se ter uma amostragem completa do que os lojistas estão tendo em termos de receitas e prejuízos e o quão negativo esse novo fechamento representa no nosso comércio”, disse.
Sobre a possível abertura dos setores não essenciais, Bartz comenta que a expectativa é da retomada da cogestão. “Mesmo que haja regras mais rígidas, abrir as portas trará fôlego aos comerciantes”. O presidente da CDL entende que mesmo com a volta das atividades, o consumo ocorrerá de forma lenta, sendo que já há reflexos no fechamento de estabelecimentos e demissões. “Não sabemos ao certo ainda medir o quanto esse fechamento impactou nas operações, mas é provável que algumas atividades fechem em definitivo”, sublinhou.
Esse é o mesmo alinhamento do presidente do Sindilojas. Conforme Mauro Spode, seguir os protocolos para evitar a Covid-19 já é de entendimento de todos, mas ele enfatiza que o problema não é só no comércio. “Percebemos que mesmo com o lockdown as aglomerações não pararam. Já estamos há um ano assim e a situação é bem complicada”, disse.
Sobre o possível retorno das atividades, Spode comenta que será um processo lento. Segundo ele, com a chegada da Páscoa se espera uma elevação nas vendas. “Quanto mais tempo fechadas, muitas empresas não vão conseguir se manter. Torcemos que ocorra essa flexibilização para abertura do comércio”, pontua.
A varejista Andrea Cristina Schmitt, administradora e proprietária da loja Marlene Calçados, salienta que a expectativa de reabertura das lojas é uma questão séria, tanto para a empresa como para funcionários e famílias. “Entendemos que estamos fazemos nossa parte, nos adaptamos às normas de higiene, e desta maneira temos a certeza de que não somos os vilões do aumento de casos de Covid-19”, desabafa.
Andrea explica que o faturamento, não só nessas duas semanas, mas durante todo este período de pandemia está muito baixo, entre 10% a 20%. “Temos que reabrir, claro que seguindo todos os cuidados, preservando a saúde de todos, mas sem a economia funcionando, todos perdemos, cedo ou tarde”, sublinhou.