Luísa Ziemann
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O gaúcho está vivendo mais. É o que indica o estudo atualizado sobre a expectativa de vida ao nascer no Rio Grande do Sul, que chegou aos 77,45 anos em 2020, aumento de 0,19 ano na comparação com os dados finais de 2019, quando atingiu 77,26 anos. No Vale do Rio Pardo, a média é um pouco menor: 77,20 anos. As informações integram um levantamento de indicadores de mortalidade que considera a divisão territorial dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) do Estado e foram divulgadas na última terça-feira, 26.
O estudo utilizou dados do Sistema Único de Saúde (SUS) e estimativas populacionais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foi elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística, vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (DEE/SPGG). Apesar da alta, os números mostram o impacto da covid-19 entre as principais causas de mortes, com 9.241 óbitos pela doença, o que representou 10% do número total no ano (92.791). Sem considerar a pandemia, a expectativa de vida do gaúcho chegaria a 78,48 anos em 2020.
Como o levantamento é feito pela divisão territorial dos Coredes, é possível perceber as discrepâncias entre as subseções do Estado. No caso do Vale do Rio Pardo, são 23 municípios abrangidos. O índice apontado é bem inferior ao de regiões como Nordeste e Norte, que apresentaram os melhores resultados no período entre 2018 e 2020. Em Santa Cruz e municípios arredores, a expectativa de vida ao nascer chegou a 77,20 anos, enquanto no Nordeste alcançou 80,55 e no Norte, 80,28. O menor índice é registrado na Campanha, onde a expectativa de vida é de 75,56 anos – 1,89 ano a menos que no geral do Estado.
O levantamento ainda mostra detalhadamente a manutenção da diferença de mais de sete anos na expectativa de vida de homens e mulheres no Rio Grande do Sul. Enquanto para a população feminina ela chega a 80,99 anos, na masculina é de 73,87 anos. De acordo com a coordenadora Marilene Dias Bandeira, o levantamento é feito com base no número de óbitos de cada município, obtidos através do Ministério da Saúde. “Com base nessas informações, calculamos as taxas de mortalidade e também a tábua de mortalidade”, explica.
O resultado de cada região é influenciado por fatores socioeconômicos e culturais e reflete aspectos como perfil da população, índice de qualidade de vida, renda per capita e concentração de emprego e renda. “Tradicionalmente o Nordeste e o Norte do Estado têm melhores indicadores por conta da agricultura forte, melhor saneamento e saúde, maior PIB”, observa. “O Vale do Rio Pardo ganhou três posições em relação ao estudo anterior, subindo de 21º para 18º entre as 28 regiões. Mesmo estando um pouco abaixo do índice geral do Estado, é uma média positiva”, avalia Marilene. A diferença para a média estadual, que era de 0,59 ano em 2018, caiu para 0,25 em 2020.