Ricardo Gais
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As últimas chuvas foram pouco significativas para o Lago Dourado em Santa Cruz do Sul. O nível da água continua baixo e por falta de chuvas consideráveis tende a baixar ainda mais. Conforme o superintendente regional da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), José Roberto Epstein, as chuvas não tiveram um reflexo na recuperação do nível.
Segundo Epstein, o lago está com 30% da sua capacidade e durante esta semana, até quarta-feira, 6, o nível estava estagnado, mas voltou a baixar a partir da última quinta-feira, cerca de dois centímetros por dia. O nível atual do lago é de dois metros e meio.
A pouca chuva também não foi positiva para o Rio Pardinho. Epstein comenta que foram apenas sete centímetros de aumento no nível e, com isso, ainda não é possível realizar a captação de água para abastecer o lago. “Há uma previsão de chuvas para a semana que vem, assim, avaliaremos o comportamento do lago novamente,” comenta.
O nível considerado crítico é de 20%. Conforme o superintendente da Corsan, caso o volume de água do lago chegar a esse ponto “o sinal vermelho acenderá”, mas de momento, ele salienta que o abastecimento está normal em toda a cidade. “Se baixar mais e chegar ao ponto crítico, aumenta a preocupação e teremos que ver com a prefeitura e defesa civil o que podemos fazer para manter o abastecimento,” explica.
A Corsan está realizando a perfuração de poços de água ao redor do lago e pontos da cidade. Dois já foram realizados e neste fim de semana deve ficar pronto o terceiro. Na semana que vem, outros devem ser feitos para colocar água para dentro do lago. “Vamos continuar procurando poços pela cidade que possam contribuir para o abastecimento, mas estes poços apresentam um volume muito baixo de água também,” disse o superintendente.
Conforme Epstein, em uma projeção feita pelo gabinete de crise do Estado, que trata da estiagem no Rio Grande do Sul, há uma expectativa de que para o fim do mês de maio ocorram chuvas constantes e o mesmo deve se repetir nos meses de junho e julho. No entanto, após estes meses, os próximos serão de baixa regularidade de chuvas. “A gente espera com essas chuvas manter o mínimo de abastecimento de água na cidade”, salientou.
Para o Lago Dourado voltar a ser aquele que conhecemos, com sua capacidade normalizada, tudo dependerá das próximas chuvas e da volta normal de captação de água no Rio Pardinho. Esse tempo deve durar em torno de três meses, se chover.
Neste momento de estiagem, é dever de todos ter a consciência em poupar e reutilizar a água. A Prefeitura de Santa Cruz publicou no dia 23 de abril um decreto com regras, no qual irá multar quem for flagrado desperdiçando água no município. A medida proíbe, por exemplo, lavar calçadas, telhados, veículos automotores – exceto para empresas de lavagem – e a irrigação de pátios.
Questionado sobre os constantes vazamentos de água na cidade, o superintendente comenta que um dos fatores se deve a mudança de temperatura. “O frio interfere no material como canos de PVCs, concreto e ferros, além da pavimentação asfáltica que de certa forma contribui para esses acontecimentos”, explica. A média de vazamentos em Santa Cruz é de cinco por dia em uma rede de 700 quilômetros.