Nossa principal fonte, o Rio Pardinho, está com o nível baixo
As altas temperaturas dos últimos dias, com índices acima dos 30ºC, e a falta de chuva já contabilizam uma série de prejuízos às famílias do interior de Santa Cruz do Sul, chegando a mais de R$ 25 milhões. Devido à estiagem e diante da previsão de mais dias com forte calor, o prefeito em exercício Elstor Desbessell (PL) assinou na tarde de ontem, no salão nobre do Palacinho, o decreto 11.165, que declara situação de emergência no município.
Conforme a justificativa para a ação, levou-se em conta a estiagem proveniente desde novembro passado e que aumenta gradativamente. O volume de chuva está escasso e o calor excessivo, refletindo de maneira negativa na produção agrícola e no abastecimento de água das famílias que residem no interior. O decreto levou em conta todo o cenário das perdas nas lavouras, a queda do nível do Rio Pardinho e a secagem de açudes e aguadas.
O Executivo encaminhou o decreto para a Câmara de Vereadores, que terá até cinco dias para aprová-lo ou não. Com a anuência do Legislativo, o documento vai para homologação pelo governo do Estado e reconhecimento da União.
A decisão de Elstor se baseia em levantamento da Defesa Civil, que aponta uma série de fatores para a situação de emergência. Um laudo meteorológico emitido pela Unisc mostrou que, de outubro passado até a última terça-feira, 4, o volume de chuva em Santa Cruz foi de apenas 221,6 milímetros, enquanto o esperado para o período seria de 383,2 milímetros, ou seja, uma diferença de 161,6 milímetros.
Para completar o quadro, dados conjuntos entre a Secretaria Municipal de Agricultura e a Emater mostram as perdas do campo, chegando a mais de R$ 25 milhões. Entre as culturas mais afetadas estão as de milho, tabaco, soja e hortigranjeiros. A produção de leite também tem sofrido com a seca. Ainda chegou-se a gastos públicos de cerca de R$ 15 mil só com combustíveis e horas extras de funcionários.
A estiagem fez com que a Secretaria de Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (Semass) entrasse em ação e passasse a fornecer água para as comunidades rurais, com o uso dois caminhões-pipa. “O interior está enfrentando dificuldades com a seca e se tornou urgente fazer o decreto de situação de emergência. Buscamos auxílio e soluções a curto prazo para evitar ainda mais prejuízos. Temos que ter um olhar diferente sobre a questão e nossa principal fonte, o Rio Pardinho, está com o nível baixo. Temos sim que buscar conscientizar a população sobre o uso da água. Ainda há previsão futura que a chuva irá demorar para vir e de mais calor pela frente. Vamos olhar mais ainda para nosso interior e buscar resolver a situação o mais rápido possível”, definiu.
Ana Souza
