Odilon S. Blank*
Em geral, no instante da morte a alma não sofre. Na morte natural pela idade, ela deixa a vida corporal como uma lâmpada que se extingue por falta de combustível.
As almas muito apegadas à vida material podem demorar a separar-se do corpo físico em decomposição, pois é mais lenta a ruptura dos laços que a prendem ao corpo ( o perispírito está mais “preso” as células físicas).
Nos casos de suicídio, o Espírito pode experimentar o horror da decomposição do corpo material.
Muitas vezes os conhecidos que antecederam o falecido, os vem receber à entrada no mundo espiritual e até o ajudam a desligar-se das faixas da matéria.
Logo após a morte a alma passa algum tempo perturbada, dependendo sua duração, do grau de desprendimento dela; algumas logo se reconhecem ( com grandes alegrias!) no plano espiritual as menos puras guardam por certo tempo a impressão da vida material.
O conhecimento do Espiritismo, nestes momentos exerce grande influência sobre o ânimo do Espírito pois ele já sabe por antecipação o que ocorrerá quando despertar no além.
Ninguém será recepcionado por legiões de anjos, nem será arrastado para infernos eternos; o céu ou o inferno serão interiores e dependerão do tipo de vida que tiver levado. No começo tudo é confuso e é necessário determinado tempo ( relativo à evolução e compreensão do Espírito) para o Espírito reconhecer-se. É como se despertasse de um sono profundo e procurasse orientar-se sobre sua situação. A lucidez volta-lhe bem como a memória do passado à medida que diminui a influência da matéria que abandonou. Aos pouco dissipa-se a névoa obscurescedora do passado. A perturbação pode durar horas, dias, meses ou anos, dependendo do maior ou menor desprendimento material do Espírito; os já espiritualizados relativamente, quase logo compreendem a sua nova situação.
(continua)
*Aposentado