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Espiritismo LX

Vimos no “O Livro dos Espíritos”, como os antigos povos sacrificavam animais e seres humanos julgando a agradar a Deus, que de maneira nenhuma exigiria a destruição da vida de suas criaturas em seu nome.
Existem povos fanáticos que ainda hoje organizam “guerras santas” tentando agradar ao seu Deus, afim de exterminarem os que não partilham de suas crenças;  Deus deseja que cada um “ame seu próximo como a si mesmo”, conforme os ditames de Jesus. No passado, a Inquisição, em nome de Cristo, cometeu crimes contra a Humanidade que hoje as pessoas dificilmente aceitariam, isto deve-se ao progresso moral dos homens.
O trabalho é uma lei da natureza e constitui uma necessidade, um meio de aperfeiçoar sua inteligência enquanto conserva sua saúde física.
Nos mundos mais perfeitos, a natureza do trabalho é menos material; entretanto o homem não se conserva lá inativo pois a ociosidade seria um suplício e não um benefício.
Quem é rico e não precisa trabalhar para prover seu sustento terá a obrigação de ser útil aos seus semelhantes, tendo mais ocasiões de praticar o bem. Os pais têm obrigação de sustentar os filhos e estes de ampararem seus pais na velhice.
O limite do trabalho está no limite das forças, quem abusa da autoridade, obrigando seus inferiores a excessos de trabalho, transgride a Lei de Deus.
A reprodução dos seres vivos é uma lei da Natureza, pois sem ela o mundo corporal pareceria. Os homens atuais são os mesmo Espíritos que voltam para progredir em novos corpos; as atuais raças desaparecerão sendo substituídas por outras mais perfeitas, como nós descendemos dos seres selvagens e primitivos. A origem das raças se perde na noite dos tempos, elas aliaram-se entre si e produziram tipos novos.
Sendo a perfeição a meta de Deus é válido o aperfeiçoamento dos vegetais e animais pelo homem e neste trabalho ele desenvolve a inteligência; tudo o que embaraça a Natureza em sua marcha é contrária à lei geral.
O casamento é um progresso na marcha da humanidade e sua abolição seria uma regressão à vida animal; o casamento foi um dos atos de progresso nas sociedades humanas. O celibato voluntário, sendo por egoísmo, desagrada a Deus; porém se for para melhor servirem à humanidade, é meritório.
A monogamia é também um progresso social, pois é fundada na afeição de seres; na poligamia há apenas sensualidade.
Devido à igualdade numérica dos sexos é matematicamente impossível a poligamia.

Odilon S. Blank