Início Geral ESG Experience | Mudanças climáticas e práticas de sustentabilidade estiveram em debate

ESG Experience | Mudanças climáticas e práticas de sustentabilidade estiveram em debate

Evento reuniu mais de 160 participantes que lotaram o auditório do Memorial Unisc

Público foi destaque do evento, com mais de 160 participantes
Rodrigo Assmann

Oferecer um amplo painel sobre as possibilidades de aplicação da sustentabilidade no meio corporativo foi o foco central da segunda edição do ESG Experience. Consagrado pela grande presença de público, mais de 160 participantes lotaram o auditório do Memorial Unisc ao longo da programação que se estendeu durante todo dia da última quinta-feira, 15.
Promovido pela Associação Comercial e Industrial (ACI) de Santa Cruz, Unisc, Alliance One, Cindapa, BAT, Philip Morris Brasil, com o apoio da Gazeta Grupo de Comunicações, o evento confirmou o protagonismo como o maior na área de ESG (meio ambiente, social e governança) do interior do Estado.
A professora e especialista em ESG, Hildengard Allgaier, palestrou na abertura do encontro, abordando o tema “Organizações Exponenciais”. Mentora de executivos em transição de carreira e consultora em ESG, Hildengard fundou a escola de inovação e sustentabilidade Ehlo, no Reino Unido, com o intuito de estabelecer pontes entre a academia e o mercado corporativo.
Com base em sua experiência internacional na área, trouxe reflexões sobre como as lideranças das empresas devem estar articuladas sobre o tema sustentabilidade, destacando que essas práticas devem estar no coração do negócio. A proposta foi mostrar para as empresas como podem amadurecer na sua jornada de investimento social privado, através da formação de líderes responsáveis e identificação de projetos em que possam atuar de forma organizada. “As empresas são organismos vivos e da maneira como nos organizamos podemos trabalhar melhor em nossas fortalezas e potências”, frisou.
A programação seguiu com a apresentação de casos de organizações locais na aplicação das práticas de ESG. Representantes do setor do tabaco, as empresas CBT, Philip Morris Brasil, Alliance One, JTI e BAT mostraram como estão avançadas nesta área, trabalhando fortemente não só com o seu negócio, mas preocupadas com toda a sua cadeia de valor- colaboradores, produtores, mercado – e os impactos gerados na comunidade.
O caso da pequena indústria de Móveis Verken, de Santa Cruz, mostrou que as práticas de ESG são aplicáveis em empresas de qualquer porte. Com ações simples, dirigidas aos colaboradores, à comunidade e ao meio ambiente, a organização está comprometida com a sustentabilidade em todos os seus processos.

Mudanças climáticas

Entender como as mudanças climáticas vão impactar os negócios e a importância das políticas públicas para enfrentamento desta situação, cuja tendência é de se intensificar nos próximos anos, foi a proposta da palestra do doutor em Desastres Naturais, Marcos Leandro Kazmierczak.
Membro do Comitê ABNT/CEE-063- Gestão de Risco, Kazmierczak abordou o tema “Mudanças Climáticas como Pilar Adicional em Projetos de ESG”. Segundo o especialista, as questões climáticas, como os eventos extremos que atingiram o RS em abril e maio deste ano, vão permear todas as demais áreas abrangidas pelo ESG – ambiental, social e governança. “É fundamental que as empresas e os governos estejam preparados para responderem de forma eficaz aos desafios desta nova realidade que já faz parte do nosso dia a dia”, alertou.
Na esteira desta temática, os professores Pietro Dolci e Markus de Rose, da UNISC, apresentaram os resultados preliminares da pesquisa dos impactos do aquecimento global e mudanças do clima nas empresas das regiões dos Vales. “As respostas obtidas até o momento indicam que, de forma geral, há um bom entendimento dos empresários sobre a importância das questões climáticas sobre os negócios”, afirmou Markus de Rose.
Conforme o professor, a intenção da pesquisa é sensibilizar as empresas para construir uma visão de longo prazo na região, pensando para além do desastre climático, e levando em conta também as mudanças na legislação ambiental. “A partir dos resultados deste estudo, a Universidade e as próprias entidades podem oferecer capacitações para auxiliar as empresas nesse processo, contribuindo para aumentar a capacidade de resiliência da economia regional frente a novos desastres”.
A pauta do voluntariado organizado encerrou a programação do evento. Nicole Morás, coordenadora da área de Comunicação e Relacionamento da Parceiros Voluntários trouxe uma panorama sobra ações da organização no Rio Grande do Sul e seus resultados para a comunidade na palestra “Potencializando o Social: possibilidades e práticas inspiradoras”.

Reserva Ambiental e curso

O evento também foi palco de uma importante inciativa voltada à preservação do meio ambiente. A empresa BAT e a Unisc assinaram um convênio para a gestão da Reserva do Patrimônio Natural (RPPN). Localizada em Salto Rio Pardinho, no interior de Sinimbu, a reserva conta com 221 hectares e é utilizada para estudos e projetos ambientais.
Outra ação foi na área educacional. A Unisc lançou o curso de pós-graduação em ESG, com inscrições até o final de agosto. A proposta é contribui para a formação e capacitação de profissionais para atuarem nesta área nas organizações da região. Os associados da ACI e participantes do evento terão descontos especiais.

Próxima edição confirmada

Diante do sucesso da segunda edição do ESG Experience os organizadores já planejam ampliar o evento em 2025. Na avaliação do diretor de ESG da ACI, Cassio Arend, a proposta de ser um espaço para o debate e compartilhamento de informações e práticas de ESG foi plenamente atendida. “Nosso desafio agora e ampliar o evento e repensar o seu formato, considerando a grande demanda que tivemos este ano e o interesse que despertou na comunidade regional e inclusive no Estado”, afirmou Arend. De momento, a única certeza é que o evento acontecerá em 2025, no mês de agosto.