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Escotismo | Dupla vai a encontro mundial na Coreia

Jamboree reúne participantes de diferentes nacionalidades e proporciona intercâmbio cultural global

Luiza Chagas e Helen Stein vão representar o Gesc na Ásia
Divulgação

Fabrício Goulart
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Uma dupla de escoteiras de Santa Cruz do Sul embarcou há uma semana, no Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, rumo à Ásia para uma viagem de mais de duas semanas. Luiza Chagas, 14 anos, e Helen Stein, 17, vão participar da 25ª edição do Jamboree Mundial, o maior evento do movimento escoteiro no mundo todo, que pretende reunir entre 40 e 50 mil pessoas, do dia 1º a 19 de agosto, na região de SaeManGeum, na Coreia do Sul.

O Jamboree, que acontece a cada quatro anos sempre em um país diferente, traz em 2023 o tema “Draw your dream!” (“Desenhe seu sonho!”), e deve receber participantes de 172 associações filiadas à Organização Mundial do Movimento Escoteiro. “Vai gente do mundo todo e vamos tentar nos comunicar primeiramente em inglês”, conta Helen, complementada pela amiga, Luiza, que se diverte com a experiência: “Isso se conseguirmos vencer o nervosismo, essa parte toda, e interagir”.

Brincadeiras à parte, as companheiras dizem estar tranquilas com a viagem – a primeira que realizam nessa proporção. A mais nova, Luiza, já participa do movimento escoteiro há sete anos e Helen, do grupo sênior, há nove. Ambas participaram de uma integração em maio com um grupo de Bento Gonçalves, com o qual seguirão viagem. “Como somos apenas duas participantes de Santa Cruz, e tem toda uma equipe de supervisão que vai junto, nós vamos com o grupo de Bento, para formar uma equipe maior”, explica Luiza.

Inicialmente, 15 escoteiros do município manifestaram interesse em participar do evento, mas no final acabou restando a dupla. Para as participantes, a maior expectativa de viajar à Coreia do Sul está na experiência cultural e troca de costumes. Embora não tenham participado de outro evento do tipo, elas já tiveram a oportunidade de serem anfitriãs para escoteiros vindos do Uruguai e afirmam que a troca é muito positiva.

“É o maior evento na área e é o maior ganho que se pode ter como escoteiro. Ganho para a vida, na verdade, porque conhecemos outras culturas”, acentua Helen, que fará, inclusive, a sua primeira viagem de avião. A escoteira explica que o escotismo é igual no mundo inteiro, porém a forma como vivem as experiências é diferente. “Compartilhamos experiências com pessoas que passaram pelas mesmas coisas, com os mesmos métodos”, observa. Antes de chegar à Coreia, a dupla fará escala em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Lá, outros escoteiros do Rio Grande do Sul ainda vão se juntar ao grupo – um grande intercâmbio cultural.

Barraca e comida
As escoteiras vão ter à disposição atividades bastante diversificadas, de esportes radicais – como planador –, a cursos que auxiliam no dia a dia – primeiros socorros, por exemplo. Elas já listaram alguns que têm interesse: encontro lusófono, com pessoas de outros países de língua portuguesa, e o mercado persa, caracterizado pela troca de objetos entre os participantes. Além disso, estão preparadas para a ação: ficarão acampadas durante todo o evento e precisarão cozinhar e montar o próprio espaço, acompanhadas de lazer, cultura e espiritualidade.

O diretor-presidente do Grupo Escoteiro Santa Cruz (Gesc), Andriano Felippe Alves, avalia que a participação em um Jamboree, principalmente de nível mundial, é um desafio, pelas questões de logística e custos, e ao mesmo tempo, um sonho. “É uma oportunidade de se encontrar com irmãos de ideal do mundo inteiro”, enfatiza. De acordo com o líder, o Gesc possui histórico de participação e teve, recentemente, representantes nas edições do Jamboree nos Estados Unidos, em 2019, e no Japão, em 2015.