A História é dividida em grandes eras: 1) a Antiguidade, que abrange, entre outros elementos, a Grécia antiga e o Império Romano; 2) a Idade Média, uma época de forte religiosidade na Europa; 3) a Idade Moderna, que inicia a partir do Renascimento diminuindo o foco na religiosidade e se concentrando mais na razão; 4) a Era Contemporânea, a partir da Revolução Francesa (1789), intensificando o foco na razão e na elaboração das democracias atuais.
Claro, o que colocamos no primeiro parágrafo deste editorial é o “resumo dos resumos” sobre a História. E, também, essa divisão de eras está muito atrelada à História europeia, o que consiste em um fator limitante. De toda forma, trata-se de uma classificação importante, e é muito interessante perceber que essas eras possuem uma influência muito grande das artes, como é o caso da literatura.
Por exemplo, muitos estudos tratam sobre a influência do escritor grego Homero na construção do pensamento na Antiguidade. De maneira semelhante, o inglês William Shakespeare (representante do Renascimento) foi altamente relevante na construção do pensamento na Idade Moderna. Quais diferenças podemos estabelecer entre Homero e Shakespeare, até para compreendermos um pouco mais sobre a Antiguidade e a Idade Moderna?
Homero não é um escritor tão preso ao realismo quanto Shakespeare. Grande parte da mitologia grega, com deuses e seres extraordinários, foi estabelecida pela obra de Homero. A espiritualidade e a interferência divina no mundo concreto, são aspectos presentes na ‘Ilíada’ e no pensamento da Grécia antiga. Por sua vez, Shakespeare lida de uma forma mais realista com as questões da sociedade. Baseado na obra do escritor inglês, o diretor italiano Franco Zeffirelli lançou, em 1968, o filme ‘Romeu e Julieta’. Nesta película, não há qualquer sinal de interferência divina, embora o casamento de Romeu e Julieta tenha um forte ingrediente religioso. Enfim, razão e espiritualidade são elementos inerentes à sociedade, independente da época.