Viviane Scherer Fetzer
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2016 é um ano que possui um dia a mais em seu calendário, 29 de fevereiro. Chamado de ano bissexto, ocorre a cada quatro anos quando a diferença entre o ano solar e o do calendário convencional completa 24 horas (mais exatamente: 23 horas, 15 minutos e 864 milésimos de segundo). Isso ocorre porque o calendário que usamos (gregoriano), de 365 dias de 24 horas, tem uma pequena diferença em relação ao tempo que a Terra leva para contornar o Sol. No calendário tradicional o ano dura 365 dias, no calendário solar dura 365,25 dias. Esse 0,25 corresponde a fração de um quarto de dia e a cada quatro anos completa a diferença de um dia entre os calendários.
O ciclo solar é definido como o intervalo entre o início de duas primaveras consecutivas no hemisfério Norte e indica um ciclo completo da Terra em torno do Sol. O que é marcado por 365 dias e aproximadamente seis horas. Para evitar um descompasso em relação às estações do ano, insere-se um dia ao mês de fevereiro que tem assim 29 dias. O dia é no mês de fevereiro porque é o mês mais curto do ano e também porque era considerado pelos romanos um mês ruim. Aos que nasceram no dia 29 de fevereiro cabe comemorar apenas uma vez a cada quatro anos ou ainda optar pelo dia 28 de fevereiro ou 1º de março. Alguns pais registram os filhos no dia anterior ou posterior para evitar que as comemorações demorem a acontecer ou que sejam feitas dias antes ou depois.
Por que ano bissexto?
O dia extra não é o dia 29 de fevereiro. Nos primeiros anos bissextos, a data seguia os interesses do Império Romano. Como o primeiro mês do ano era março, quando começava a primavera, fevereiro era o mês da virada do ano e festejar o ano novo durante os últimos cinco dias do mês era um dos costumes. Se o dia extra fosse colocado no fim de fevereiro, as folgas seriam prolongadas e o Império Romano não queria isso. Foi então que o dia extra foi colocado entre os dias de trabalho, no dia 23 de fevereiro que era o sexto dia útil antes do novo ano, foi aí que o dia útil foi colocado ele era no dia 23 ou 24 e chamado pelas autoridades de “sexto dia antes das calendas de março” (denominação para o primeiro dia do mês de março). É por ter dois “sextos” antes das “calendas de março” que o ano recebeu o nome de bissexto. A ideia de duplicar o dia 24 foi por motivos supersticiosos e porque o mês de fevereiro sempre foi considerado negativo pelos romanos.
Quando teve início?
A descoberta de que anos bissextos seriam necessários ocorreu há muito tempo. Os primeiros calendários foram criados para que os homens conseguissem planejar-se em relação às estações, por causa da agricultura e das dificuldades climáticas. Apesar de inúmeras as tentativas é muito difícil estabelecer um calendário em total harmonia com o ciclo solar. Alguns anos chegaram a ter 90 dias entre o calendário da época e o início da primavera que era o ponto de referência para as pessoas.
O imperador romano Júlio Cesar institui a regra de que depois de três anos de 365 dias viria um de 366, em 46 a. C. Houve uma confusão no cumprimento dessa ordem e somente a partir de 8 d.C. que o imperador César Augusto fez com que a regra fosse seguida sistematicamente com três anos comuns e um ano bissexto. Mesmo assim nova mudança precisou ser feita para garantir a sincronia entre ano solar e calendário.
Em 325 d.C. a Igreja Católica decidiu que o início da primavera deveria cair no dia 21 de março. Em 1582, esse dia caiu 10 dias depois do início da estação. O papa Gregório 13 resolveu a questão e aceitou a sugestão do matemático Cristhovan Clavius. O cálculo passaria a ser: continua a valer a regra de um bissexto a cada quatro anos, exceto para os anos que terminam em zero duplo (00), estes só seriam bissextos uma vez a cada 400 anos.















