CDL Santa Cruz realizou na noite de terça-feira, dia 26, no Auditório da Assemp, no Parque da Oktoberfest, o lançamento da CDL Mulher, um braço da entidade que vai promover o empreendedorismo feminino. A meta, segundo a coordenadora Ana Machado, é complementar as ações da CDL Santa Cruz, desenvolvendo mulheres que empreendem ou líderes em diversas áreas para uma atuação de destaque na entidade, nos negócios e, na sociedade.
Ana Machado destacou que a iniciativa é um marco na história do município e que pretende proporcionar muitos projetos voltados ao público feminino. “A nossa ideia é fazer um trabalho voltado para as empreendedoras, para que elas possam assumir cada vez mais o protagonismo à frente dos negócios”, afirma.
O presidente da CDL Santa Cruz, Ricardo Fernando Bartz, salienta que a entidade está abrindo um espaço para o protagonismo feminino, tão presente nas operações do varejo, assim como nos demais segmentos da sociedade. “É algo que precisamos construir. As mulheres têm outro olhar sobre os negócios e nada melhor do que a troca de ideias para nos transformarmos enquanto sociedade”, salientou.
A presidente da CDL Mulher RS, Débora Balbinoti Lunardi, também destacou a importância deste movimento em Santa Cruz do Sul. “Jamais me imaginei, enquanto empreendedora, a me ver como presidente de CDL (preside a entidade em Erechim), e posteriormente, a CDL Mulher RS, a convite do presidente da Federação Varejista, Ivonei Pioner. Mas temos muito a contribuir e garanto que a partir de hoje a CDL de Santa Cruz vai dar um salto, com a participação destas empreendedoras e líderes”.
A 1ª edição do Mulheres Empreendedoras foi uma noite dedicada às empresárias de vários setores como comércio e varejo. O evento contou com o painel Mulheres Empreendedoras, com a participação das empresárias Marcella Schuh e Josiéli Barkert, que apresentaram seus cases, intermediados pela jornalista Ana Cristina dos Santos, da Four Comunicação.
Um dos pontos altos da noite foi a palestra da jornalista do grupo RBS, Alice Bastos Neves, que abordou questões sobre a vida pessoal, profissional, além dos desafios de se reinventar em 18 anos de carreira. “A gente empreende como pessoa todos os dias. Enquanto apresentadora de telejornal, chego à redação todos os dias pensando: o que posso fazer de diferente para cativar o meu público?”. Alice contou as experiências em cobrir Olimpíadas e Copas do Mundo, e desafios que teve que superar, quando teve o diagnóstico de câncer de mama.
Alice Bastos Neves encanta as mulheres com seu carisma na vida real
A apresentadora de TV, Alice Bastos Neves, esteve em Santa Cruz do Sul, para a palestra denominada “Ressignifique-se: histórias para sua vida”, dentro do evento de lançamento do CDL Mulher, promovida pela CDL Santa Cruz. Durante sua conversa com as mulheres presentes no evento, ela destacou a importância da resiliência em qualquer função.
Alice comanda o principal programa de esportes da RBS TV há 13 anos – o Globo Esporte RS – e é jornalista há 18 anos. “Ouço histórias e conto histórias e, de repente, a minha história passou a ser interessante para as pessoas. E é essa narrativa que conto em diversos lugares nas minhas palestras, especialmente, pelas dificuldades que passei ao longo dos anos”, citou.
Ela ressalta que o meio esportivo é um meio majoritariamente masculino e é fundamental ter motivação diária. “Sou mulher neste meio do futebol, onde tem muito trabalho e a cada dia eu chego e faço a seguinte pergunta: o que posso fazer diferente? E assim, vamos montando nosso programa, cada dia fazendo algo diferente”. A jornalista também abordou a questão da saúde e do empreendedorismo. “Falo em empreender, onde não se refere apenas ao CNPJ necessariamente, mas também em nossas vidas, diariamente”, disse.
Reinvenção
Ela destacou que também precisa se reinventar a cada dia para atender ao público específico. “As pesquisas mostram que o Globo Esporte tem um público assíduo de mulheres acima de 50 anos. E que é preciso atender isso, mesmo que seja um programa que fale de Grêmio, Inter e outros esportes, logo após um programa de hard news. Então, estar pensando diariamente sobre o que eu posso fazer de diferente hoje, é o que me ajuda a tentar manter motivada e atenta às mudanças do mundo da comunicação e motivada para produzir mais e, em tese, diferentes”, observou.
Em relação à sua carreira, ela disse ter realizado seus sonhos, com grandes coberturas esportivas, pois cobriu três Olimpíadas, três Copas do Mundo e a oportunidade de estar conectada com o mundo através destes eventos.
“Ao longo do tempo foi acontecendo uma migração, pois fui vista como a guria do esporte, mas agora as pessoas já me vêm num outro patamar, como uma pessoa mais madura, que fala de muitas histórias, de esporte para além do esporte. E de usar o esporte, uma ferramenta tão poderosa de inserção social, em uma forma de ver diferente”, comenta. Ela disse que projeta para a carreira é uma imagem de mulher “com intenção de transformar as pessoas”.
Alice ressaltou que tem dificuldades em equilibrar trabalho e família. “Tenho uma rede de apoio muito legal, minha mãe, o pai do meu filho, meu marido, que me dão o suporte que preciso. Na busca do equilíbrio a gente se cobra demais. Tem momentos em que priorizo o trabalho e em outras que preciso dar prioridade à família e ao filho”.
Ela ainda ressaltou a questão da quebra de barreiras como apresentadora esportiva. “Ser recebida como mulher que apresenta o Globo Esporte é uma barreira quebrada no tempo. Como uma menina de hoje com 20 anos, quer ser jornalista ou na área esporiva, porque me via, é porque a gente foi criando referências”, citou. Ela ainda mencionou a vitalidade como uma dos segredos para enfrentar um câncer de mama em 2020. “Foi um período muito delicado da vida, mas que tive que encarar o mais natural possível”.
