Quando me formei fiz um juramento ao qual permaneço fiel e pretendo fazê-lo até os últimos dias de atividade no magistério! Assim ocorre com todos os cursos de formação superior, pelo que consta nos parâmetros de universidades. O que me intriga é o fato de não conhecer o juramento do curso de medicina… Afinal, não deveriam jurar A VIDA acima de qualquer coisa: de dinheiro, de raça, de religião, de opção sexual?
Não me parece que é isso, uma vez que estão brigando entre eles mesmos, os médicos, pelas vagas preenchidas por outros vindos de outros países! Há quem diga sim, mas a maioria, inclusive os representantes oficiais do CFM são contra a inclusão de médicos de fora para prover as vagas em nosso país, em lugares onde nem mesmo os ratos gostariam de estar.
A minha ignorante conclusão: mais da metade dos médicos já nasceram em “berço de ouro”, para poder pagar uma universidade de medicina haja grana! A outra metade foi a que estudou pra caramba pra poder gabaritar as provas e pagar os estudos. No fim das contas quem é contra e quem é a favor da ajuda?
Creio que os que passaram por muitas dores estão do lado do governo e do povo que muito necessita de ajuda, os boyzinhos e patricinhas são contra, sempre têm algo para falar do governo, das condições do ambiente de trabalho e etc… Não digo estão errados, pois realmente creio que as prefeituras e o governo municipal ou estadual realmente não lhes oferecem um ambiente adequado para o trabalho, muito menos prazeroso.
Enfim, quando nos disponibilizamos a concorrer a uma vaga pública, devemos estar conscientes de que nosso ambiente de trabalho está de longe parecido ao do poder privado: das regalias e das rosas no vaso em nossa mesa! Aí me questiono pela segunda vez: onde está a união pela preservação da vida? Não deveriam estar todos os médicos felizes por obter ajuda de outros que vêm de além-mar para salvar vidas que os mesmo não podem ou não estão disponíveis por uma ou outra causa?
Ouvi falar várias vezes de certa “máfia organizada” por parte dos médicos, em que uns protegem outros por erros e decisões mal tomadas durante a prática do dever, mas não havia me dado conta do imenso impacto dessa conivência. Ao invés de proclamar ajuda para os confins onde não querem pisar os pés para não sujar, estão contra os que de fora querem trabalhar (pois não creio que pessoas viriam por meros $10.000 trabalhar numa terra de ninguém, num país que recebe todas as língua do mundo e que passa por piores dificuldades em se tratando de tecnologia).
Minha outra metade diz que preciso muito de um médico, muito, mas que o mesmo seja decente e coerente. Se não for capaz de atender um mendigo que cheira mal e que grite por socorro aos órgãos responsáveis na hora de salvar uma vida, que se demita e procure outra atividade, pois a prática da medicina exige reconhecer que a vida é o mais valioso bem que temos.
Ainda assim fica a pergunta: seu médico sabe seu nome? Quantos minutos de sua consulta são dispensados à você? Felizmente conheço uma dúzia que o fazem por planos de saúde que pagam mal, mas que nos representam bem, o dinheiro vem em segundo plano, pois são espiritualizados, sabem que podem pagar o mesmo preço dia mais, dia menos!
Aos cooperativistas da “máfia” fica a dica: hoje somos nós, o povo. Amanhã será sua vez! Dinheiro não compra saúde, apenas ameniza as dores! Recebam bem seus colegas que vieram para ajudar, não os julguem pela língua ou pela universidade que cursaram. Pode estar nas mãos dele sua própria vida! Preciso desenhar?
* Professora das redes municipal e estadual de ensino