Nesta coluna algumas vezes falamos da história da alimentação, o quanto ela é ampla e pode dizer muito sobre uma cultura. Essa semana o cuscuz foi considerado patrimônio Imaterial da humanidade pelo Comitê de Patrimônio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
A comida, que é bem popular no Brasil em especial no Nordeste, possui muita história. Prato típico do Norte da África, teve sua introdução no cardápio brasileiro através dos colonizadores portugueses.
A receita original era produzida com trigo ao invés de milho. O original é feito com sêmola de trigo, sendo característico o de carneiro. É consumido tanto de manhã quanto à noite, dissolvido em sopa com manteiga ou leite de vaca, podendo acrescentar carne e legumes, grão de bico, tâmaras e uva-passa. Essa receita é tradicional nos seguintes países, Argélia, Marrocos, Mauritânia e Tunísia.
O cuscuz berbere foi inventado no final do reino Zirida (972 – 1148) e o início do Califado Almóada (1121 – 1269) na Idade Média, na África. Para os berberes, que residiram ao Norte do continente africano, o cuscuz é tradicionalmente com sêmola de trigo acompanhando pratos doces e salgados.
O primeiro registro escrito sobre cuscuz foi no século XIII, no livro de cozinha magrebina-andaluza Magrebe e Andaluzia na era dos almóadas e a sua autoria é desconhecida.
No sudeste do Brasil, o alimento foi difundido pelos bandeirantes, e ganhou acompanhamentos diferentes, entre eles, caldos e recheios de frango, porco, peixes e frutos do mar.
O cuscuz apesar de ser uma refeição considerada simples, esteve sempre acompanhando os passos dados pela humanidade na história.