Início Educação Durante Estado de Greve, magistério pode paralisar atividades três dias

Durante Estado de Greve, magistério pode paralisar atividades três dias

Everson Boeck – [email protected]

Na próxima quarta-feira inicia uma grande paralisação em nível nacional. Nos dias 14, 15 e 16 de março as escolas públicas em todo o Brasil paralisarão suas atividades para protestar contra a falta de importância por parte de gestores públicos na preocupação de investir e garantir uma educação de qualidade.

Bruno Alencastro/Divulgação

Cpers/Sindicato mobiliza categoria e pressiona o Governo do Estado

No Estado, o Centro dos Professores do Estado do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato) vai aderir à manifestação, promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE). Os núcleos do Sindicato estão mobilizando a categoria em suas regiões na tentativa de, com o movimento, obrigar o governo do Estado a retirar o projeto encaminhado em regime de urgência à Assembleia Legislativa e exigir que os deputados não o aprovem, tendo em vista que, segundo a entidade, este projeto desrespeita o piso salarial de R$ 1.451,00, reconhecido em lei federal.

18° NÚCLEO
Miriam Neumann Trindade, diretora do 18° Núcleo do Cpers/Sindicato, com sede em Santa Cruz do Sul, na Rua Tenente Coronel Brito, 1000, informou que os professores, funcionários e comunidade estão convocados para uma grande mobilização amanhã, às 9 horas da manhã na Praça Getúlio Vargas. “Nossa mobilização no RS e na região está crescendo e o Estado de Greve está se fortalecendo. Nossa principal reivindicação continua sendo cumprimento imediato e integral da lei federal que vincula o Piso Salarial Profissional Nacional à carreira do Magistério”, enfatiza.
Ontem, segunda-feira, e hoje grande parte das escolas da região ainda fazem reuniões para definirem se suas paralisações serão parciais ou totais. “Até amanhã (quarta-feira) teremos um número mais preciso do número de escolas que vão parar”, garante Trindade. “Não admitimos que o governo Tarso siga protelando o cumprimento da lei do piso, tentando esquecer o compromisso com todo o povo gaúcho, assumido durante a campanha eleitoral”, lembra.
Além disso, conforme a previsão da Ordem do Dia de votação na Assembleia Legislativa de hoje, 13, os projetos de interesse da categoria (PL 15/2012, PL 16/2012 e PL 17/2012) deverão entrar em votação. Para isso, assim como o 18° Núcleo, outros estão se mobilizando para irem até o Parlamento gaúcho para pressionar deputados a não aprovarem os projetos.

CALENDÁRIO DE MOBILIZAÇÃO

DIAS 14 E 15: PARALISAÇÃO NACIONAL
– 14 de março: Ato Público às 9h na Praça Getúlio Vargas.
– 15 de março: Atividades nos municípios da região do Núcleo de Santa Cruz do Sul

DIA 16: Ato Público unificado com outros trabalhadores em Porto Alegre
– Pressão aos deputados estaduais na Assembleia Legislativa e em suas bases eleitorais
– Ato público no dia de votação do projeto do governo de reajuste (caso o projeto não seja retirado)
– Fortalecimento do boicote à reforma do ensino médio, continuando o debate com a comunidade escolar para que as escolas construam as suas próprias propostas pedagógicas
– Exigência do cumprimento de um terço de horas atividades, se recusando a cumprir mais períodos e denunciando as coordenadorias  de educação que estão utilizando esta prática
– Exigência de 10% do PIB para a educação pública já! Contra o projeto que altera o cálculo de reajuste do Piso

6ª CRE orienta escolas
A secretária adjunta da 6ª Coordenadoria Regional de Educação (6ª CRE), Sandra Maria de Oliveira Nogueira, informou que o órgão está orientando as direções das escolas que vão parar a registrarem nos livros ponto que se trata de paralisação e que o calendário escolar seja alterado para recuperação das aulas.
Já o coordenador da 6ª CRE, Valdomiro Luiz da Rocha, disse que, em relação ao movimento do sindicato, entende como natural uma vez que é um chamamento da CNTE. Sobre o pagamento do Piso Nacional, o coordenador enfatizou que é meta do Governo Tarso recuperar o vencimento da categoria. “Reafirmando o compromisso com o pagamento do piso e a política de ganho real, o Executivo detalhou a proposta de calendário cuja base de reajuste leva em conta o INPC”, destaca. Rocha também informou que, considerando este índice, que em 2011 foi de 6,08%, o valor do piso passa de R$ 1.187,91 para R$ 1.260,19. O total da proposta garante reajuste total de 76,68% (índice aplicado sobre o índice anterior de reajuste).