Tiago Mairo Garcia
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Em operação denominada ‘Fake Brique’, deflagrada na manhã da última terça, 24, a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), de Santa Cruz do Sul, realizou a prisão de dois homens apontados como suposto autores de roubos, com uso de arma de fogo, registrados no Município.
Conforme o delegado Alessander Zucuni Garcia, que responde interinamente pela Draco durante as férias do delegado titular, Marcelo Chiara Teixeira, a investigação apurou que os suspeitos usavam grupos de rede social para anunciar peças de barcos, motores de lanchas, entre outros objetos da mesma linha, mas que na verdade eram inexistentes. O objetivo era atrair vítimas para Santa Cruz do Sul para consumar o roubo de valores. “Eles anunciavam produtos inexistentes, com preços atrativos, e atraiam as vítimas para realizar a negociação pessoalmente, sempre condicionando as vítimas para trazerem dinheiro em espécie. Quando se encontravam com as pessoas para fechar o negócio, eles anunciavam o assalto e levavam valores e os veículos das vítimas para empreender fuga”, explica Garcia.
No total, três casos como este modelo foram registrados em Santa Cruz, sendo que em dois, os assaltantes levaram o dinheiro e em outro acabaram não achando os valores, que estavam escondidos no carro, mas roubaram o celular da vítima, que dias depois foi localizado por populares. No terceiro caso, a vítima reagiu e acabou sendo baleada na perna por um dos assaltantes. As três vítimas são moradores de Lajeado, São Carlos/SC e Doutor Mauricio Cardoso, e os valores roubados variam entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. A Polícia Civil buscou informações e analisou imagens de câmeras de monitoramento que flagraram um dos casos, conseguindo lograr êxito na identificação dos dois suspeitos. “Tivemos outros elementos que auxiliaram na identificação”, frisou. Um automóvel gol, de cor branca, usado pelos criminosos, foi apreendido durante a investigação.
PRISÕES
Com mandados de prisão preventivas expedidos pela Justiça, os policiais civis realizaram diligências para prender os acusados, de 32 e 23 anos, que são naturais de Santa Cruz. O primeiro, que reside no Bairro Esmeralda, foi localizado no Rauber e o segundo, que reside no Aliança, foi detido na casa de familiares, em Pantano Grande. O mais velho tem antecedentes por lesão corporal de trânsito sem possuir carteira de habilitação e o mais novo com registros por vias de fato e lesão corporal, sendo todos crimes de menor potencial ofensivo, fato que dificultou o trabalho de identificação por eles não serem conhecidos no meio policial.
Os dois presos foram indiciados por roubo majorado com concurso de pessoas, uso de arma de fogo e lesão corporal grave. Após registro na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), os dois foram conduzidos ao Presídio Regional de Santa Cruz do Sul. A investigação segue com a polícia atrás de um terceiro suspeito, que seria o mentor das ações criminosas e acredita que mais pessoas podem ter sido lesadas, mas que não registraram ocorrência.
O delegado frisou que tem aumentado, de forma significativa, o número de fatos envolvendo casos de abordagens virtuais com vítimas. Ele salienta ser importante as pessoas sempre desconfiarem e buscarem se prevenir para não ter problemas. “Hoje, a regra é desconfiar e tomar uma precaução a mais. Se está vendendo um produto, libere somente quando tiver a informação que o dinheiro está na conta ou só pagar quando tiver acesso ao produto. É importante estar atento”, finalizou o delegado.
