Rosibel Fagundes
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A venda de bolos, doces e lanches é um negócio que cresce a cada dia e está oportunizando muitas pessoas a ter uma renda extra ou a migrar para um negócio próprio diante da crise no país. Assim como na ficção, Juliana Paes que interpreta a boleira Maria da Paz na novela da Globo, ao se deparar com dificuldades financeiras começa a fazer bolos para se sustentar e com o passar dos anos torna-se uma empresária bem-sucedida. Na vida real, tem muita gente com histórias parecidas. Para a confeiteira Auda Schimidt, 27 anos, moradora de Linha João Alves no interior de Santa Cruz a produção e venda de bolos teve início há cerca de um ano e meio. “Primeiro fiz os bolos de potes e coloquei à venda na internet. Depois as pessoas começaram a me pedir para fazer outras coisas. Na Páscoa, fiz os ovos recheados de chocolate e outros sabores. Foi um sucesso. No dia das mães também recebi várias encomendas”. Hoje a jovem que já trabalhou em uma cafeteria do município, se dedica exclusivamente a produzir e comercializar seus produtos.
A inspiração de fazer bolos ela conta que surgiu quando ainda era criança. Assim como na novela, a jovem seguiu os passos da avó. “Eu sempre via minha avó fazendo bolos e comecei a me interessar. Depois fiz o curso de confeitaria e cada dia aprendo uma receita nova e vou aprimorando meu negócio. Algumas receitas eu busco na internet, vou testando e vendo o que mais agrada aos clientes”, relembra a empreendedora. O trabalho de produção começa cedo por volta das 6 horas ela já está na cozinha de casa onde deverá produzir uma remessa de produtos que serão vendidos no período da tarde e da noite para clientes de Santa Cruz e de Venâncio Aires. Além dos bolos, ela produz ninho de abelha, pão caseiro, doces e pizzas. O carro-chefe é o Bolo Vulcão nos sabores brigadeiro, ninho, ninho nutella, mousse de morango, limão e meio-a-meio. O bolo custa em média de R$ 25 a R$ 35 dependendo o sabor. Nos finais de semana, Auda chega a produzir 30 bolos.
Para atrair mais clientes, a jovem confeiteira está investindo em promoções e produtos diferenciados. “As promoções são sempre um sucesso e cada vez tenho mais clientes. Na semana passada eu fiz uma promoção de combo no valor de R$ 35,00 que incluía um ninho de abelha, um bolo e uma pizza. Vendi todos. Em dia de entrega raramente volto para casa com algum produto que sobrou. Só tenho a agradecer”. O sonho da confeiteira é expandir suas atividades no setor de alimentos, e até o fim deste ano pretende abrir uma confeitaria em Santa Cruz. A renda mensal de Auda é de aproximadamente R$ 2,5 mil. Com este valor ela consegue contribuir com as despesas de casa, e ajudar o marido que é vendedor e a filha Louise que tem 1 ano e seis meses. Quem quiser conhecer as Delícias da Lolo, nome dado ao empreendimento pode visitar a página no Facebook e fazer uma encomenda.
Casal que trabalha junta cresce junto
Assim como no ditado é a vida de um casal que em janeiro de 2017 deixou a cidade natal de Encruzilhada do Sul em busca de mais qualidade de vida e crescimento profissional em Santa Cruz do Sul. Eder Luiz da Trindade, de 40 anos é radialista e Flaviane Santos Kulcynski, de 41 anos é cabelereira, mas devido às dificuldades encontradas para entrar no mercado de trabalho tiveram que se reinventar profissionalmente e a saída foi a fabricação e venda de lanches caseiros. De acordo com Éder o trabalho só deu certo devido à força de vontade da esposa. “Ela é uma guerreira, quando eu já não tinha mais esperança ela me levantou, já estava triste porque nada dava certo, ela teve a ideia de fazer cri cri de amendoim para vender. Me perguntou se eu venderia e eu respondi que sim. Naquele dia saí a pé com uns 30 pacotinhos e percorri várias empresas e locais. Depois tivemos a ideia de diversificar os lanches e graças a Deus deu tudo certo. Conseguimos expandir nosso negócio e hoje temos muitos clientes”.
Éder que atualmente trabalha como conferente em uma empresa do ramo de medicamentos no período da noite, continua realizando as entregas duas vezes por semana durante o dia. Agora com mais produtos e se locomovendo com uma motocicleta. Sobre a clientela, ele garante que a maior parte foi alcançada através da internet. “Muitos clientes eu consigo contato através das redes sociais e outros eu vou direto nas empresas e ofereço os lanches. As pessoas vão aos poucos nos conhecendo e gostando do nosso trabalho”.
Na bolsa térmica além de bolos de banana, de laranja, tortinhas assadas, pastéis, pizzas e macrons de amendoim os clientes também podem adquirir o chocolate quente. No verão, também são acrescentados aos produtos os sanduiches naturais e a salada de fruta. Por mês, as vendas incrementam em torno de R$ 2 mil ao casal. No entanto, eles pretendem seguir com o trabalho somente até que o orçamento melhore e que novas oportunidades de trabalho apareçam.