Início Rural Dia Nacional de Conservação do Solo: Produtores devem redobrar os cuidados

Dia Nacional de Conservação do Solo: Produtores devem redobrar os cuidados

Emater /RS –Ascar orienta manejo correto para evitar erosões e manter nutrientes

Tiago Mairo Garcia
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Emater orienta produtores a realizarem plantio de pastagens para proteger o solo e a soltura da terra para facilitar as infiltrações de água da chuva – Divulgação/Emater/RS-Ascar

Um dia para se refletir sobre a conservação e utilização adequada do recurso natural mais importante para a agricultura. Nesta quarta, 15, é considerado o Dia Nacional da Conservação do Solo, conforme a promulgação da Lei Federal n. 7.876, de 13/11/1989. A escolha dessa data foi em homenagem a Hugh Hammond Bennett, o pai da conservação do solo nos Estados Unidos.

Em tempos de estiagem no Rio Grande do Sul, os cuidados com o manejo do solo merecem ter uma atenção especial dos produtores rurais. É o que destaca o técnico em agropecuária e extensionista da Emater Santa Cruz do Sul, Vilson Piton. Ele salienta que em todas as propriedades onde a Emater trabalha, tem procurado orientar os produtores sobre a importância de preservar e conservar a parte ambiental do solo, águas e fontes. “Para a conservação é importante proteger para que a chuva não carregue o solo para os arroios através da erosão. Orientamos que o produtor faça o plantio e a implantação de aveia ou azevém, pessoal da região prefere mais aveia, que produz mais palhada e dura mais tempo. Também é importante a fazer uma subsolagem do solo para realizar a soltura da terra e facilitar infiltrações de água para que em épocas de estiagem a água esteja armazenada e a planta possa ser aproveitada”, destacou o extensionista.

Sobre correções no solo, o extensionista orienta os produtores a utilizarem calcário e outros materiais corretivos para melhorar nível de nutrientes e otimizar o uso de fertilizantes nos períodos de plantio e cobertura. Para a proteção, Piton destaca a construção de curvas ou terraços que são importantes para evitar a erosão do solo que a chuva carrega para os arroios e salientou que as curvas em nível retêm a água na lavoura. “Ao invés de colocá-la para fora da lavoura, é melhor fazer as curvas de nível para reter a água da chuva na lavoura que vai beneficiar o solo e as plantas”, salientou o extensionista.

Sobre o armazenamento de água, Piton sugere se possível, para os produtores construírem pequenos açudes ou microaçudes para auxiliar nas propriedades e evitar a falta de água na estiagem. “Sempre é importante se prevenir e fazer antes que os problemas climáticos ocorram”, ressaltou. Para residências, pode-se instalar as calhas coletoras de água e canalizar para sisternas para uso doméstico, limpeza da casa, que não seja para consumo humano. “Ajuda a evitar gastos de água com a rede de abastecimento e não teria nenhum custo para o produtor”.

O extensonista também salientou os cuidados com o assoreamento dos arroios e proteção das margens de acordo com a legislação ambiental. “É importante que os produtores deixem uma margem mínima de acordo com a largura de cada arroio para a regeneração da mata nativa que vai segurar a entrada de terra e filtrar a água até chegar no arroio, evitando as erosões do solo”, frisou o extensionista.

PASTAGENS FORRAGEIRAS

O mês de abril é estratégico para os bovinocultores, seja de leite ou de corte. É neste período que devem ser implantadas as lavouras de pastagem de inverno, as quais irão garantir a alimentação volumosa para o outono, inverno e parte da primavera. Para isso, a Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), orienta que os agricultores façam o planejamento forrageiro.

O longo período de estiagem que assola o Rio Grande do Sul prejudicou severamente as pastagens, assim como as áreas de milho e sorgo para produção de silagem. Além disso, o período de vazio forrageiro outonal iniciou com baixas reservas de alimento, considerando o residual de pastagens perenes, como o tifton e o campo nativo, além dos baixos estoques de silagem.

Algumas estratégias são sugeridas para evitar escassez de volumoso durante o período de inverno e reduzir o vazio forrageiro outonal. Entre elas está a antecipação do descarte de animais caso este esteja programado para ser feito durante o ano. Outra orientação é investir na semeadura antecipada de espécies forrageiras de inverno, com tecnologia e manejo adequado (adubação, densidade de semeadura e material genético produtivo).

Outro aspecto é destinar uma área para produção de alimentos conservados (feno, pré-secado e silagem), destacando-se a silagem de trigo duplo propósito e cevada. Quando a pastagem estiver pronta para pastejo, o manejo correto da carga animal é imprescindível para manter a capacidade produtiva da mesma. O pastoreio rotacionado aproveita melhor a pastagem. As principais espécies de inverno são a aveia (branca e preta), azevém (pastagem e feno), trigo duplo propósito (DP), triticale e cevada (pastagem e silagem). No caso do trigo DP, há materiais próprios para silagem. A área de pastagem na propriedade deve ser vista pelo produtor como uma lavoura de pasto. Por isso, o produtor deve estar atento ao uso de tecnologias que visem a alcançar a alta produtividade de volumoso, assim como uma lavoura de soja, milho e fumo e com alto potencial produtivo.