Uma história de amor marcada pelo companheirismo, cumplicidade, amizade e carinho, que ultrapassa décadas e mesmo com a ação do tempo, se mantém viva, sendo um verdadeiro exemplo a ser seguido pelos mais jovens. Arquilau Assis de Moura e Adylles de Moura irão celebrar 75 anos de casados no dia 22 de setembro e comemorar as bodas de brilhante, sendo um dos casais mais longevos que se tem notícia na região.
Nascido em 5 de julho de 1925, tio Cal, apelido de Arquilau, irá celebrar 96 anos de idade. Já Adylles, que nasceu no dia 10 de maio de 1926, comemorou 95. Tio Cal conta que residia na localidade de Rincão do Cedro com os pais João José de Moura e Etelvina Ana de Moura, e conheceu Adylles, que residia na localidade de Picada Escura com os pais Mário Gonçalves Pedra e Elza Gonçalves Pedra, quando ela tinha 10 anos de idade. “Eles tinham um armazém e a mãe dela fazia pão para vender que eu gostava de chegar para comprar. As famílias já se conheciam e tinham amizade”, contou Arquilau.
A amizade de infância se transformou em namoro na adolescência. Tio Cal pediu Adylles em namoro para os pais, sendo um costume tradicional da época. “A mãe (Elza) era muito severa. Chamei a mãe dela e fiz o pedido, que foi consentido”, contou. “Nós começamos a namorar em junho e nos casamos em setembro”, lembrou Adyles, recordando que foram apenas quatro meses de namoro.
No dia 22 de setembro de 1946, o casal oficializou a união, ele com 21 e ela com 20 anos de idade. “Três meses depois nos casamos na Igreja. Queríamos começar a construir nossa vida”, destacaram. Após o casamento, o casal construiu a própria casa, no Rincão do Cedro. “Não dava para morar com os pais e queríamos ter a nossa casa. Eu ia até a Serra (Sobradinho) de carroça para buscar o material e assim consegui construir. Tive a ajuda de um amigo e com duas cargas de madeira e um paiol de milho eu fiz a casa”, lembrou Arquilau.
Para ter o sustento, o casal plantava milho, arroz, além da criação de gado. “O arroz eu colhia com carroça, levava de noite para a ‘secadeira’ ou dentro do galpão”, contou ele. “Os primeiros anos foram de muitas dificuldades, mas sempre trabalhamos e conseguimos”, completou Adylles. A união do casal foi abençoada com as filhas Geny (já falecida), Lori, Lorena e Sadi (filho adotivo), seguido de 14 netos, 15 bisnetos e duas tataranetas.
CUIDADO MÚTUO
Adylles ressaltou que sempre teve o costume de fazer a barba do marido, serviço que agora é feito pela filha, Lorena. “Sempre fiz a barba dele com muito amor”, contou. Questionado sobre quem era mais ciumento, Arquilau, aos risos, destacou que Adylles tem mais ciúmes. “Ela, até hoje. Quem não tem ciúme, não ama de verdade”, disse ele.
Devido à idade avançada, o casal reside no Bairro Rincão Comprido, área urbana de Candelária, aos cuidados da família. Para a filha Lorena da Rocha, a história de amor dos pais é um verdadeiro exemplo para a família. “Vejo como exemplo de amor, cumplicidade, carinho e paciência durante todos estes anos junto, sempre com muito amor e respeito de um com o outro”, finalizou a filha.