Tiago Mairo Garcia
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Metalurgia. Considerada uma das profissões mais antigas da humanidade, a classe tem a data de 21 de abril para homenagear todos os profissionais que atuam no manejo com metal. No passado, o trabalho era desenvolvido pelos antigos ferreiros. Com o passar do tempo, a profissão foi avançando com a industrialização e nos dias atuais é um dos setores mais importantes da engenharia, sendo responsável em produzir peças e demais objetos a partir do metal ou ligas metálicas como indústrias siderúrgicas, automobilísticas, navais e até na mineração.
No Brasil, a sociedade de metalúrgicos brasileira ficou famosa por sua luta por direitos e melhores condições de trabalho. O maior representante desta classe foi o ex-presidente da república Luís Inácio Lula da Silva, que atuou como líder do setor antes de ingressar na política. Em Santa Cruz do Sul, surgiu no ano de 1936 o Sindicato dos Metalúrgicos de Santa Cruz do Sul, entidade que enfrentou resistências em diferentes épocas sempre na luta em defesa dos trabalhadores do setor.
Os pilares do Sindicato são a saúde, a moradia e as condições de trabalho. Inclusive, a entidade é reconhecida no Estado por realizar ações na área da saúde. Em 1990, o Sindicato dos Metalúrgicos foi responsável pela criação da primeira Associação de Moradores de Bairro de Santa Cruz do Sul (Belvedere). Hoje são mais de 30 associações. E, ainda, junto com a Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) fundou a União das Associações de Moradores de Bairros. Ainda na área da saúde, em 23 de setembro de 1991, com a participação do Sindicato, foi criado o Conselho Municipal de Saúde. Desde então, o Sindicato tem representação dentro do Conselho e atua por melhores condições à população de maneira geral.
Conforme o presidente da entidade, Gilberto Saraiva, Santa Cruz do Sul conta atualmente com aproximadamente 200 empresas de pequeno e médio porte no setor. Até 2019, ele destaca que o setor metalúrgico do município estava em crescimento, chegando a alcançar até três mil empregos diretos. Devido à crise causada pela pandemia do coronavírus, o presidente confirmou que já ocorreram aproximadamente 800 demissões no setor. “Fizemos acordos para redução de jornadas de trabalho e de salários. Com o cenário atual não sabemos se as pequenas e médias empresas conseguirão se manter em atividade”, disse o presidente.
Sobre o futuro, o presidente frisou que acredita na retomada gradual do setor após a passagem da pandemia e elogiou o trabalho que vem sendo desenvolvido pelas autoridades de saúde no combate a pandemia. “Independente de governo, acho que as medidas para combater o vírus foram acertadas e se realizou um bom trabalho de contenção ao avanço da doença. Acredito que no Brasil o cenário deverá melhorar em breve para que ocorra a retomada de forma gradativa até atingir a normalidade”, finalizou.