Tiago Mairo Garcia
[email protected]
Em homenagem ao biólogo Pedro Davison, ciclista de 25 anos que morreu atropelado no ano de 2006 em Brasília, no Distrito Federal, enquanto pedalava no Eixão Sul, via expressa da Capital Federal, que é fechada aos domingos para se transformar em área de lazer, será celebrado na próxima quarta, 19, o Dia do Ciclista. A data entrou no calendário oficial do país com o objetivo de estimular o uso da bicicleta, a cidadania e a mobilidade sustentável e plural, além de criar novas oportunidades para promover a educação para a paz no trânsito.
Com o objetivo de conscientizar os motoristas a terem mais cuidados com os ciclistas que trafegam pelas rodovias, o Grupo Santa Ciclismo, de Santa Cruz do Sul, com apoio da Federação Gaúcha de Ciclismo, idealizou uma campanha para orientar o espaçamento adequado que deve ser respeitado entre ciclistas e veículos automotores.
Conforme o diretor estadual de Ciclismo da Federação Gaúcha de Ciclismo, o santa-cruzense Giovane Faccin, estão sendo confeccionadas placas indicativas para respeitar a distância de 1,5m entre o ciclista e o veículo automotor que serão instaladas na RSC-471 (Santa Cruz do Sul/Sinimbu) e RSC-412 (Santa Cruz do Sul/Barros Cassal). “Já temos autorização do Daer para que estas placas sejam instaladas nestas duas rodovias que possuem um maior fluxo de ciclistas pedalando”, frisa Faccin.
O diretor salientou que a campanha visa conscientizar os motoristas a terem um maior cuidado. “Infelizmente os veículos passam em alta velocidade e geram riscos. O objetivo da campanha é orientar para que os motoristas tenham mais cuidado, pois é uma vida que está trafegando na bicicleta”, destacou.
A campanha já está em andamento e será encerrada no dia 22 de setembro, data que marca o dia mundial sem carro. Faccin explica que devido à pandemia, houve um aumento de 125% no número de adeptos da bicicleta. “O ciclismo é um esporte que valoriza o meio ambiente e a harmonia entre todos. Muitas pessoas estão aderindo à modalidade como uma forma de praticar uma atividade física ao ar livre e cuidar da saúde”, frisou o diretor.
CICLOVIAS
Empresário do ramo e adepto da modalidade desde a infância, Faccin, que já foi campeão gaúcho, brasileiro e semifinalista do mundial de Bicicross da Bélgica em 1988 e tricampeão gaúcho de Enduro Bike, conta que o Santa Ciclismo foi fundado em 1993 com o objetivo de desenvolver o ciclismo no município. Ele destaca que um dos principais avanços conquistados pela classe foi a introdução de ciclovias para as pessoas terem acesso ao uso da bicicleta com segurança na área urbana de Santa Cruz do Sul. “Hoje são mais de 20km de ciclovias que proporcionam acessibilidade com segurança para o uso da bicicleta, sendo um incentivo para a saúde e bem-estar das pessoas”, salientou.
As ciclovias estão localizadas no Distrito Industrial, Arroio Grande, Harmonia, Dona Carlota, Belvedere, Centro (Paul Harris e Assis Brasil), Acesso Grasel e Linha Santa Cruz (em construção). Atualmente o Santa Ciclismo conta com 380 sócios e mais de 1.500 ciclistas praticantes no município. Além das ações voltadas ao ciclismo, a entidade também realiza ações sociais e educacionais junto à comunidade.
Ciclista investe em tecnologia para garantir segurança
Adepto do ciclismo de estrada há três anos, o aposentado André Santos, 51 anos, tem investido em tecnologia para garantir a sua segurança durante a prática da modalidade. Ele conta que possui um capacete com sensor que presta auxílio instantâneo em caso de acidente. “Se eu sofro uma queda o sensor emite uma mensagem de alerta via SMS no celular para as pessoas que eu cadastrei e informa as coordenadas do local para que o socorro seja imediato”, destaca o ciclista. Santos também investiu em um novo GPS com câmera acoplada na bicicleta para gravar as viagens na estrada. “É uma ferramenta que registra tudo e proporciona uma sensação de maior segurança para percorrer as distâncias”, salienta.
Sobre o ciclismo de estrada, reforça que percorrer longas distâncias é desgastante, mas que proporciona bem-estar e saúde. “Gosto de sair para pedalar pela manhã porque me traz energia e sensações positivas”, salientou. Natural de Porto Alegre, o ciclista conta que sua maior distância foi o trajeto de 200km entre a capital e Salvador do Sul. Para quem deseja realizar este modelo de ciclismo, ele recomenda começar aos poucos. “É importante iniciar com trajetos curtos para preparar o corpo e investir em equipamentos de segurança. A pessoa que pratica o ciclismo terá um bom preparo físico com saúde para viver bem no dia a dia”, finalizou.