No Dia Internacional de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa, 15 de junho, a Secretaria da Saúde (SES) faz uma reflexão sobre os efeitos que a pandemia de Covid-19 tem causado na vida da população idosa no Rio Grande do Sul.
A assistente social Priscilla Lunardelli, do Departamento de Ações em Saúde (DAS), alerta que a situação de distanciamento social pode ampliar a violência doméstica contra as pessoas idosas porque aumenta a convivência com seus familiares. “Estatisticamente, a maioria dos agressores de pessoas idosas são filhos e netos”, lamenta.
Outro aspecto é que as pessoas idosas fazem parte dos grupos mais suscetíveis ao desenvolvimento de quadros respiratórios graves que podem levar a resultados fatais ao se infectar com o novo coronavírus. Logo no início da pandemia, a Secretaria da Saúde emitiu uma nota informativa com recomendações de prevenção e controle de infecções a serem adotadas nas Instituições de Longa Permanência de Idosos (ILPI).
Com relação à convivência social, Priscilla afirma, também, que “as restrições totais de visitas e atendimentos eletivos em instituições de idosos podem ser vividas como experiências muito violentas e de grande apartação social”.
No caso do enfrentamento à violência, o período da pandemia não suspende nenhum direito a que são signatárias as pessoas idosas, por isso a assistente social reforça a importância dos trechos do Estatuto do Idoso. Priscilla lembra que todos os direitos das pessoas idosas estão vigentes.
“Durante a pandemia de coronavírus os órgãos de atendimento ao idoso como delegacia, Ministério Público e Conselho do Idoso seguem funcionando, embora com algumas adaptações”. Ela destaca que em caso de suspeita de violência contra um idoso qualquer pessoa pode ligar para o número 100, anonimamente, e relatar a situação.
Outros tipos de abusos
Conforme a última atualização do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), realizado em maio deste ano, foram registrados no Rio Grande do Sul 1.192 casos de violência contra a pessoa idosa. O município com maior número de ocorrências no período foi Passo Fundo, com 141 casos. Foram registradas com maior frequência violência física, violência autoprovocada, abandono/negligência e violência psicológica.
No enfrentamento à violência é importante destacar outros abusos cometidos contra essa população, como desvalorização: considerar a pessoa idosa inútil ou um peso; tripudiar: achar graça das dificuldades em realizar atividades de vida diária; apropriar-se de bens e dinheiro: considerar que o idoso não precisa de seu próprio dinheiro, devendo fornecer o que recebe à família.