Suilan Conrado
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Quando Angela Kelber matriculou-se no curso de relações públicas (RP) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), não imaginava que chegaria tão longe.
Recém formada, a santa-cruzense deixa o interior gaúcho e ruma para São Paulo, onde faz um estágio em uma agência de publicidade. Inicialmente, os planos não eram permanecer em terras paulistas, mas a primeira experiência profissional de Angela, já lhe rendia frutos. O prêmio “Opinião Pública” foi concedido para ela e equipe, depois de transformar totalmente o conceito de uma determinada marca de margarina.
Mostrando cada vez mais trabalho e dedicação, outras portas começam a se abrir e a oportunidade de se tornar a primeira relações públicas do Hospital das Clínicas de São Paulo, torna-se realidade.
Bem verdade que a recepção no complexo hospitalar não foi das mais calorosas. Angela conta que no seu primeiro dia no Pronto-Socorro da entidade, apresentou-se a um renomado médico como a relações públicas do local. Mas ao invés de um sorriso de boas vindas e um aperto de mão, o Doutor lhe disse: “E por que o hospital contrata uma relações públicas? Me faltam medicamentos, injeções de insulina para salvar a vida de pacientes diabéticos, e o hospital contrata uma relações públicas?
O que para muitos já seria o fim, para Angela foi um desafio. “Eu queria provar a importância do meu trabalho. Aquilo tudo me estimulou ainda mais”, manifesta.
Tudo indica que a jovem conseguiu. Alguns meses depois de ter assumido o posto, o mesmo médico veio parabenizar a profissional pela competência. Não demorou muito para Angela deixar o PS do hospital e subir alguns andares. Após desenvolver inúmeros projetos como a “regionalização do sistema de saúde”, a relações públicas torna-se a coordenadora de marketing da instituição.
“Aprendi muito durante todo o tempo em que trabalhei no Clínicas, mas a principal lição, foi que a saúde não tem preço mesmo”, destaca a RP, que passou 10 anos na entidade coordenando todo o marketing e também chefiando a assessoria de imprensa.
Além da experiência profissional adquirida e das amizades que fez no hospital, Angela foi agraciada com a oportunidade de conhecer pessoas célebres, enquanto coordenava o marketing e assessoria da entidade. Angela se emociona ao falar de figuras como a Lady Di e Ayrton Senna. “Eram pessoas maravilhosas, humildes. A Lady Di abraçava cada criança doente do hospital com amor. E o Senna, as visitava, fazia doações e nunca permitia que isso fosse divulgado”, relembra.
DIVULGAÇÃO/RJ
Angela Kelber é Diretora de Plano de Carreira Profissional na
Everest University, na Flórida, Estados Unidos
Sucesso nos Estados Unidos
Depois dos anos em São Paulo, era hora de Angela alçar novos voos. Movida por desafios, a gaúcha ruma para os Estados Unidos. Ainda que o currículo da brasileira já fosse admirável, foram necessários muita persistência e dedicação para conquistar seu espaço.
Após ter percorrido diversos Estados americanos, hoje Angela mora em Jacksonville, na Flórida, onde ocupa o cargo de Diretora de Plano de Carreira Profissional, na Everest University.
“Meu trabalho consiste em recrutar estudantes e prepará-los para a carreira profissional que escolheram. É muito gratificante acompanhar o desenvolvimento dos alunos durante o programa de treinamento pelo qual eles passam”, explica.
Há 14 anos em solo americano, Angela se especializou em diversas instituições, inclusive na aclamada Harvard, onde concluiu o curso com nota máxima.
Quando o assunto é o futuro, a Diretora surpreende. “Estou escrevendo um livro sobre planos de carreira. A previsão de lançamento é em 2014”, revela.
De férias em Santa Cruz do Sul, Angela não esconde as saudades. “Preocupo-me com meus pais. Ligo todos os dias para eles. Sinto falta da minha terra”.
Sobre a possibilidade de retornar ao Brasil algum dia, a profissional enfatiza. “Tenho uma boa proposta em São Paulo, estou avaliando, quem sabe?!”
A dica da especialista para chegar ao topo é simples, mas precisa ser levada a sério. “Persistência e dedicação”. Segundo ela, sem esses predicados, não se chega a lugar nenhum.
Com a esperança de retornar, Angela se despede, levando na bagagem a vontade de fazer a diferença na vida daqueles que buscam um futuro melhor, por meio da profissão.
