Everson Boeck
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“Sou um defensor da produção de tabaco no Brasil, principalmente em nossa região, por isso quero permanecer na Câmara dos Deputados”. Com essa frase Sérgio Moraes (PTB) iniciou sua fala ao conceder entrevista por telefone ao Riovale Jornal na tarde desta sexta-feira, 20 de junho. No segundo mandato como deputado federal (2007-2011 e 2011-2015), Moraes busca uma reeleição. Ele fará dobradinha com o filho, deputado estadual Marcelo Moraes (PTB), que também busca uma reeleição na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.
Sérgio iniciou oficialmente sua carreira política quando foi eleito, em 1982, vereador de Santa Cruz do Sul. Ele permaneceu no cargo até 1990, quando concorreu a deputado estadual, de 1991 a 1996. Moraes saiu do posto para assumir a prefeitura de Santa Cruz do Sul, em 1997. Ele esteve prefeito do município por oito anos, até 2004. Na entrevista, Sérgio fala de suas expectativas para o período eleitoral, apoios e as demandas que pretende trabalhar na sua campanha.
RJ – Sendo um pré-candidato a deputado federal, como está se preparando para o período eleitoral?
Sérgio – Tenho andado muito em lugares onde não havia ido antes e a receptividade que estou tendo tem me surpreendido. Quando terminei o primeiro mandado como deputado federal, elaboramos um jornal informativo contendo meus principais feitos, obras etc. Sem querer, ele acabou se tornando um atrativo para municípios onde eu não tinha tanta entrada. Prefeitos de várias cidades do Rio Grande do Sul começaram a me convidar para visitar seus municípios, como São Borja, Cacequi, Alegrete, Bagé, ou seja, regiões distantes onde eu não esperava que meu jornal fosse chegar. Isso chamou a atenção, também, do Vale do Taquari e diversos municípios desta região me chamaram. Felizmente consegui uma quantidade significativa de recursos para todos estes municípios que me contataram e, acredito, que terei uma resposta positiva agora nas eleições.
RJ – O que levou a buscar uma reeleição a deputado federal e não querer ir um pouco mais longe, como uma vaga no Senado, por exemplo?
Sérgio – Primeiro porque reconheço meu tamanho. Segundo porque no setor fumageiro nós não temos ninguém para defender o tabaco em Brasília. Muitos que aqui – no Rio Grande do Sul, na região e em Santa Cruz – fazem um discurso em favor do tabaco, que fazem e acontecem, na hora que o bicho pega lá (em Brasília) eles ficam bem quietinhos e até votam contra, a exemplo de toda a bancada do PT sem exceção. Eu sou um deputado que os demais políticos me conhecem como o “deputado do fumo”. Está claro para mim que nossa economia depende disso, desta defesa, por isso eu acredito que tenho que continuar na Câmara. E não que eu me ache melhor do que os outros, mas o que mais briga, mais bate na mesa e vai pra cima sou eu. Se não ficarmos atentos, o movimento contra o fumo acabará vencendo.
RJ – Apoios, alianças, relações políticas… Como está se posicionando quanto a estas questões?
Sérgio – Minha dobradinha oficial e é com quem estou é o deputado estadual Marcelo, meu filho. Ele está fazendo um trabalho excelente, se mobilizou e mostrou que sabe se posicionar e trabalhar bem. Para o governo do estado não temos compromisso, até porque o partido não fechou com ninguém. Vamos ficar esperando o sinal da população, vamos ver qual o recado que o povo nos manda no primeiro turno e, no segundo, vamos decidir o que fazer.
RJ – Tuas relações polícias com a ex-prefeita estão Kelly estão definitivamente desligadas?
Sérgio – Não criei e não tenho nenhum problema político com ela. Continuamos nos dando bem só que minha dobradinha não é com ela e sim com o Marcelo.
RJ – Quais serão tuas principais frentes de campanha? O que trará para conquistar mais eleitores?
Sérgio – Minha principal linha de campanha é, além de outras, a defesa da produção de tabaco. Quero chegar nas 87 mil famílias com material mostrando todas as obras que já consegui realizar e todo o apoio que tenho dado para o setor. Eu sou o deputado federal com mais obras no Estado, se isso não representar nada aí eu não entendo mais nada!
RJ – Concorda que o PTB entrou numa fase de desgaste em Santa Cruz do Sul?
Sérgio – Não. Saída e entrada de pessoas é um processo absolutamente natural numa sigla. Além disso, sempre digo que a porta do PTB está sempre aberta para quem quiser entrar ou sair. Lá não se compra, não negocia, não é um balcão de negócios. Somados os candidatos que saíram, daria uma cadeira. Ou seja, nós permanecemos com votos para cinco cadeiras para a próxima eleição, ficando assim como está. Porém, frisando que assim como saíram, entraram outros no lugar e isso é um processo natural da vida política, tanto que não liguei para ninguém pedindo para ficar ou para voltar. Não tivemos estresse com isso.
RJ – Qual recado deixa para teus eleitores e para Santa Cruz do Sul?
Sérgio – Santa Cruz do Sul tem uma tradição de eleger tanto deputado federal quanto estadual porque sempre soube concentrar em quem realmente tem chance de conseguir uma vitória ou uma reeleição. Por isso eu chamo a atenção para minha dobradinha com o Marcelo. O povo deve ficar antenado para não se dividir, não dispersar votos e, assim, ninguém entra. Quem defende, quem traz recurso, quem conhece a realidade do nosso povo, da nossa região é que deve estar lá, na Assembleia e na Câmara.
Divulgação/Arquivo RJ
Sérgio Moraes (PTB) é deputado federal desde 2007 e busca uma reeleição