As democracias contemporâneas devem-se, em boa parte, ao liberalismo que ajudou a construir nações como os Estados Unidos, a Inglaterra e a França – as três grandes potências históricas do mundo ocidental, nos últimos séculos. O liberalismo levou à configuração dos Direitos Humanos, um dos aspectos que caracterizam as democracias. Podemos dizer que o Brasil, de forma significativa, baseou-nas experiências norte-americana, francesa e inglesa. A democracia brasileira possui semelhanças com essas três experiências, algo que é seguido por muitos outros países.
Por outro lado, existem as experiências russa e chinesa, que não se caracterizam por uma tradição liberal. Os cinco países-membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) são os seguintes: as potências de caráter liberal-democrático como são os casos de Reino Unido (liderado pela Inglaterra), França e Estados Unidos; e as potências orientais de tradição ditatorial-marxista, Rússia e China. O Conselho de Segurança, embora conte com membros não-permanentes de diferentes continentes, é liderado claramente por essas cinco potências.
Em outubro de 2020, a revista Veja publicou a seguinte notícia: “China, Cuba e Rússia se elegem para Conselho de Direitos Humanos da ONU. Países são acusados de reiteradas violações de direitos humanos e se beneficiaram da ausência de concorrentes; Arábia Saudita ficou de fora”. Vale ressaltar que o Conselho de Direitos Humanos possui representantes de variadas regiões do mundo, além dos já citados China, Cuba e Rússia.
Se por um lado chineses, cubanos e russos recebem acusações, o liberalismo também possui seus pecados. Na Alemanha, a burguesia liberal do país europeu associou-se ao nazismo, entre 1933 e 1945. No Brasil, a Ditadura Militar contou com apoio dos Estados Unidos, entre 1964 e 1985. Estes são apenas dois exemplos dos erros liberais. Enfim, na contenda entre liberais e marxistas, não há inocentes, embora a democracia seja uma vitória liberal.