Com debates sobre o eixo temático “Meio ambiente, biodiversidade e sustentabilidade a partir das plantas bioativas” encerrou nesta quinta-feira (19/09), em Santa Cruz do Sul, a 13ª Reunião Técnica Estadual sobre Plantas Bioativas e o 1º Congresso Sul Brasileiro de Plantas Bioativas. Durante a manhã foram realizadas palestras sobre os trabalhos desenvolvidos na área da agricultura no controle de doenças e pragas tanto de vegetais como animais.
Na primeira palestra, o pesquisador da Embrapa, Gustavo Schiedeck, falou sobre “as contribuições para viabilizar o cultivo de uma planta bioativa: caso da Tagetes minuta no Rio Grande do Sul”. Em seguida, o pesquisador farmacêutico industrial da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Andrey Martinez Rebelo, falou sobre “Plantas bioativas: da farmácia para o campo”. O pesquisador apresentou algumas das plantas-alvo do trabalho desenvolvido, entre eles a araucária. “Entre diversas plantas, trabalhamos com a casca do pinhão e conseguimos bons resultados desta como inseticida”, relatou Rebelo. O pesquisador relatou que o trabalho é desenvolvido com técnicas de extração química e busca moléculas na natureza e também moléculas liberadas pelos insetos. Entre os insetos alvo da pesquisa estão o pulgão-dos-cereais, gorgulho, traças-das-cruciferas e a bicheira-da-raiz-do-arroz.
Encerrando as palestras, a doutora em Sistemas de Produção Agrícola Familiar, Patrícia Braga Lovatto, falou sobre “Fitoterapia: as plantas bioativas como fitoterápicos botânicos em cultivos orgânicos/agroecológicos” e ressaltou a importância da diversidade de espécies nos locais de cultivo e os mecanismos de defesa nas plantas, como a atração e repulsa. “Quanto menos monótono for o sistema, melhor. Quanto mais diversidade de formas e cores, melhor. A mesma orientação sobre o prato que comemos, de que quanto mais colorido, mais saudável, vale para a agricultura. Quanto mais colorida for horta, mas saúde ela terá, mais variedades de espécies que fazem o controle natural”, ressaltou.
À tarde a programação continuou com o relato de experiências da Empresa Vimontti, de Santa Maria, na extração de óleos essenciais, e do terapeuta homeopata Marcos Zerbielli, de Santa Cruz do Sul.
Em seguida, foi lida a Carta de Santa Cruz do Sul, documento contendo a avaliação dos participantes, que será entregue a gestores municipais, entidades e imprensa, o qual recomenda, entre outros temas, fortalecer e estimular novas iniciativas de implantação de farmácias vivas, buscar estratégias para sensibilizar o poder público dos municípios que ainda não têm suas políticas municipais regulamentadas, visando sua implementação, a criação de linhas de crédito voltada para o apoio às mulheres e jovens no desenvolvimento de projetos e iniciativas com plantas bioativas, reconhecendo o protagonismo histórico das mulheres e estimulando a permanência dos jovens no campo, tributar a venda de agrotóxicos no Rio Grande do Sul (a exemplo de Santa Catarina), com níveis progressivos de taxação, conforme o grau de toxidade dos produtos, destinando um percentual dos recursos para o fomento à pesquisa, formação e capacitação de técnicos e agricultores e no incentivo a projetos que envolvam escolares e jovens do cultivo de plantas bioativas, resgatando o saber tradicional e estabelecendo vínculos que fomentem uma memória afetiva, entre outros. Encerrando as atividades, o professor Jair Putzke ministrou palestra sobre o tema.
A gerente regional da Emater/RS-Ascar, Lucia Souza, prestigiou as atividades e destacou a qualidade da programação do evento. “Foram três dias de muito conhecimento e troca de experiências. Com excelentes palestras e com o público muito atento às informaçoes repassadas. Nos orgulhamos muito por sediar um evento tão produtivo como esse na nossa região administrativa”, avaliou Lúcia.
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