Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, o Brasil passou por uma longa fase marcada pela social-democracia, entre 1985 e 2018, após a Ditadura Militar. Com a chegada do atual governo, em 2019, existe a tentativa de implantar uma liberal-democracia em nosso país. Uma das políticas exercidas nesse sentido, foi a reforma da Previdência, que procura diminuir o custo financeiro do Estado brasileiro.
A ideia do liberalismo econômico é tirar o peso e o custo do Estado, e dentro desse conceito, o governo federal pretende realizar privatizações, o que nada mais é do que a venda de patrimônio público para o setor privado. O objetivo, com essa política, é dinamizar a economia para que esta, com maior liberdade, possa crescer em ritmo mais intenso. Com a pandemia, a tentativa de crescimento mais robusto está bastante prejudicada, mas, de toda forma, sabe-se que Paulo Guedes é um liberal e procurará trabalhar nessa linha.
Ao que tudo indica, Guedes não é favorável à social-democracia que caracterizou governos como os de Fernando Henrique, Lula e Dilma. A social-democracia procura dividir os papéis do Estado e do mercado, deixá-los mais equilibrados. Porém, somos obrigados a reconhecer que o governo de Fernando Henrique, por exemplo, foi muito criticado por ser considerado liberal, embora Guedes aponte o contrário. Na presidência de FHC, aconteceram privatizações. Sobre Lula, existe uma interpretação de que ele foi uma continuação do processo liberalizante de FHC e, sobre Dilma, parece haver uma convicção maior de que seu governo interrompeu a liberalização e foi mais estatizante.
Curiosamente, os excessos estatizantes de Dilma teriam levado à crise econômica em 2014 e influenciado decisivamente no impeachment de 2016. O questionamento que fica é: os governos FHC e Lula foram, de fato, sociais-democratas? A resposta é difícil, mas podemos dizer que muitas avaliações não podem ser feitas de maneira definitiva. Como bem sabemos, a vida possui suas contradições e complexidades.