De minha graciosa avó paterna Anna Diehl Toillier para minha filha Ana Luísa – cujas imagens ilustram esta matéria – surgiu-me a ideia de dedicar uma crônica em homenagem a ambas.
Tive o privilégio de conviver meus verdes anos com a vovó Anna, lembrando que, em certo momento, a minha mãe disse: “neste fim de semana vais visitar tua avó Anna”. Eu prontamente arrumei meus apetrechos e subi o morro para visitá-la. Em minha memória está registrada a faceirice dela pela minha visita.
Não lembro bem o conteúdo da conversa que tivemos, mas certamente deve ter contribuído para a minha formação com base nos valores mais elevados que balizaram a minha vida. Lembro que, ao acompanhar meus pais em seu enterro, vi meu pai chorando copiosamente na despedida. Era a primeira vez que o vi chorar em alta voz.
Pena que não anotei mensagem que ela deixaria para a bisneta Ana Luísa, cuja nome foi dado em homenagem à minha avó. Certamente, ela dedicaria à bisneta palavras de amor e dignidade, de respeito à vida, enfim, que nunca esquecesse os valores que sustentaram a vida com o bisavô em épocas de muitas dificuldades.
Eles passaram a vida no meio do mato, e tudo era feito a pé ou de carroça. O reencontro com a família era muito casual, somente em momentos especiais, nos aniversários, no Natal ou no Ano Novo. Certamente, se vivia com muito pouco, já que a vida era feita de muitas carências, mas se procurava dar aos filhos o essencial para a vida: alimento e aprendizagem para sobreviver com dignidade.
De Anna para Ana Luísa, um legado de amor que se lê no olhar e na memória da eternidade.