A liberação de recursos para financiamento de micro e pequenos empreendedores em Santa Cruz do Sul, apresentou, de 2013 a 2014, uma alta significativa, de mais de 200%. É isso que consta no relatório das ações do Banco do Povo, apresentado no início da semana pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia (SMDETCT).
Foram liberados, através do Programa Gaúcho de Microcrédito, somente no ano que passou, 461 contratos no valor de R$ 2.772.456,58, contra 231 em 2013, no montante de R$ 1.882.607,34. Já pelo Programa Crescer Nacional, que opera através do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal, foram autorizados em 2014, 1.846 contratos no valor de R$ 3.152.176,00, contra 792 em 2013, somando R$ 1.014.998,00.
Somados os dois programas foram liberados para o desenvolvimento de pequenos negócios R$ 5.924.632,58, ou seja, mais que duplicaram os investimentos que no ano anterior, totalizaram R$ 2.897.605,34. O segmento da prestação de serviços foi o que mais se destacou na busca de financiamentos, com 45% das operações de microcrédito, seguido pelo comércio com 35%, pela indústria com 15% e pela agricultura com 5%.
Também através do Banco do Povo, com sede no Parque da Oktoberfest, o trabalho vem alcançando abrangência regional. Os municípios de Venâncio Aires, Sinimbu, Vera Cruz e Passo do Sobrado estão aderindo ao programa de microcrédito e nos próximos dias assinam contrato para a captação de recursos com a Juriti Microfinanças.
O Programa Gaúcho de Microcrédito tem por objetivo garantir acesso ao crédito produtivo orientado, disponibilizando de forma progressiva e sistemática, recursos financeiros para capital de giro e fixo, visando o fortalecimento de empreendimentos informais e formais, de propriedade de pessoas com dificuldade de acesso aos bancos tradicionais.
Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico, Turismo, Ciência e Tecnologia, César Cechinato, o aumento na procura pelo microcrédito se deve em parte ao trabalho realizado pela secretaria, em parceria com as instituições financeiras, através do Banco do Povo, e também à divulgação feita pelos meio de comunicação. “Muitos ainda não vieram porque não conhecem esta oportunidade, mas ao tomar conhecimento de todas as vantagens e facilidades na obtenção de crédito para abrir ou ampliar um negócio, as pessoas se interessam, nos procuram e acessam o programa”, disse.
Como alternativa de diversificação nas propriedades rurais, o programa tem auxiliado muitas famílias que buscam recursos para abrir novos empreendimentos. É o caso de Ovídio André Scherer, 30 anos, que vive com a mulher, o filho e o enteado em uma casa vizinha a dos pais, em uma propriedade rural no distrito de Rio Pardinho.
Há cinco anos Ovídio tira o sustento da família de uma fabriqueta de vassouras que resolveu tocar. Produz por ano, de 5 a 6 mil unidades e vende o produto para pequenos mercados de Santa Cruz do Sul. O trabalho é todo manual e a matéria-prima é plantada na propriedade, com exceção do cabo de madeira que é adquirido de um comerciante em Novo Hamburgo.
Em busca do Banco do Povo a fim de ampliar o seu negócio e acelerar a produção, obteve um empréstimo de R$ 4 mil, sendo R$ 2 mil para serem usados como capital de giro, na compra de óleo diesel, cabos de madeira e sementes para plantar palha, e os outros R$ 2 mil para serem utilizados como capital fixo. “Já procurei financiamento direto em banco, mas não dá, as condições não permitem, os juros são altíssimos e não tem como a gente pagar depois”, argumentou.
DECOM/PMSCS/DIVULGAÇÃO
Ovídio tira o sustento da família de uma fabriqueta de vassouras e obteve empréstimo no Banco do Povo
Como funciona
Para concessão do empréstimo é preciso desenvolver uma atividade econômica por conta própria, com faturamento máximo de R$ 120 mil ao ano e ter idade entre 18 e 70 anos, além de possuir um avalista.
Maiores informações podem ser obtidas junto ao Banco do Povo, no Parque da Oktoberfest, ou pelo telefone (51) 2109 9270, com Paulo ou Pedro.
Documentos necessários para obter o financiamento:
– Comprovante de residência, RG e CPF do tomador
– No caso de negócio formal, comprovação de seis meses de atividades, CNPJ, faturamento anual e última alteração do contrato
– RG, CPF, comprovante de renda atualizado e comprovante de residência do avalista