Ricardo Gais
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O hábito de muitas pessoas foi reavaliado desde o início da pandemia de Covid-19, e um deles foi na alimentação. Em Santa Cruz do Sul, o movimento tem sido intenso na procura por alimentos naturais que são cultivados no interior do Município.
Conforme Carlos Eduardo Weaechter, presidente da Associação Santa-cruzense de Feirantes, as pessoas que se deslocam às feiras rurais procuram por bons alimentos e compram em grande quantidade, para não precisarem sair de casa todo dia, devido à pandemia. Isso tem gerado bons frutos aos feirantes, pois assim, conseguem vender todos os seus produtos. “As pessoas têm receio de sair de casa, mas quando chegam aqui compram um monte de verduras e conseguimos vender quase tudo”, comemora.
A agricultora e feirante Patrícia Fernanda Nichterwitz, de Linha João Alves, que trabalha no cultivo dos produtos desde criança com seus avós, destacou que o movimento está sendo ótimo, pois os clientes começaram a ir com maior frequência à feira. “Estamos seguindo todos os cuidados, como uso obrigatório da máscara, álcool gel, distanciamento e o número de pessoas circulando dentro da feira é limitado”. Ela também destaca que a procura por alimentos naturais aumentou. “A procura por estes produtos, cultivados nas propriedades rurais do Município, ganharam destaque, pois ele é colhido na horta e vai direto para mão do cliente, com todo cuidado”, disse.
Patrícia pontua que é vendida uma grande variedade de produtos, como batata doce, mandioca, alho-poró e outros que o cliente já está habituado a encontrar. “A princípio não temos produtos em falta, até porque o clima está ajudando nas últimas semanas”, conta. Na banca, também são comercializados produtos totalmente orgânicos, como tomate cereja, hibisco, temperinho e rúcula. “As pessoas buscam coisas diferentes aqui que não encontram no mercado”, sublinhou a feirante.
FEIRAS NAS SEXTAS
Devido à bandeira preta e também ao lockdowm adotado em dois fins de semana, as feiras rurais tiveram que ser antecipadas para evitar a circulação de pessoas na rua e diminuir o contágio pela Covid-19. De acordo com Carlos Weaechter, a antecipação foi uma medida adotada pela Associação para evitar as aglomerações. “Vamos manter assim enquanto houver bandeira preta”, salientou.
Com o anúncio emitido um dia antes da realização da feira – que seria no sábado, a feirante Patrícia disse que a mudança lhe causou prejuízos, pois estava tudo pronto para a comercialização. Assim, ela e demais produtores tiveram que descartar as hortaliças e outros produtos. “Fomos avisados às 17h de sexta, e como muita gente faz feira no sábado, tivemos que jogar nossos produtos fora. Nossos produtos são fresquinhos, então não utilizamos nada. Muitas pessoas também se confundiram com a troca de datas”, lamentou.