A CPI do Senado, que trata sobre a pandemia que assola o mundo, tem servido para vários esclarecimentos. Em primeiro lugar, resta evidente que o objeto da CPI é político, como todas as CPIs; Segundo, a ciência não pode ceder a crendices, de quem quer seja o crente; Terceiro, ao que se ouviu dos depoimentos, os cientistas do governo não estiveram no planeta Terra nos últimos cem anos, o que explica o caos que estamos vivendo.
Quem acompanhou os depoimentos do ex-ministro Pazuello, o mesmo demonstrou o que todos já desconfiavam, estava cumprindo ordens às cegas de seu chefe, como aliás declarou em vídeo da internet, mas ele disse que o que se fala na internet não vale.
O atual ministro da saúde, Marcelo Queiroga, homem da ciência, estava visivelmente acuado em suas falas, pois sabia que eventual deslize poderia custar o cargo.
Já a capitã Cloroquina, Dra. Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho e da Educação em Saúde do Ministério da Saúde, falou de forma contundente sobre o tratamento precoce, mas não trouxe nenhum estudo com credibilidade sobre o tema. E para completar, ainda viu um “pênis” na porta da Fiocruz, tal visão talvez Freud poderia explicar.
Mas a campeã de todas foi a doutora Nise Yamaguchi, que deixou evidente que não sabia do que estava falando, e o mais grave, é umas das grandes consultoras do Ministério da Saúde e do próprio presidente da República. Seu depoimento foi patético, pois além de desconhecer fundamentos mínimos da infectologia, tentou usar pesquisas defasadas, que parece que inclusive não havia lido, que de pronto foram confrontadas pelos senadores Otto Alencar e Alessandro Viera, que têm demonstrado muita seriedade e pesquisa na condução de seus questionamentos.
Por fim, a infectologista Luana de Araújo, que foi vetada por Bolsonaro, também ouvida na CPI, deu aula de lucidez, o que certamente foi decisivo para não permanecer no governo. Os fatos acima somente explicam a tragédia de quase 500 mil mortes.