A pesquisa de prevalência da Covid-19 na população gaúcha mostra que a disseminação do coronavírus aumentou no Rio Grande do Sul. Os números da quinta etapa do estudo, divulgados nesta quarta-feira, 1°, pelo governo do Estado e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) em transmissão ao vivo nas redes sociais, apontam que há um infectado a cada 214 habitantes. Os dados estimam que mais de 53 mil pessoas (de 32.891 a 81.059, pela margem de erro da pesquisa) têm ou já tiveram o vírus na população gaúcha.
“Além de a pesquisa apontar aumento na disseminação do vírus pelo Estado, também mostra que a população não está obedecendo ao distanciamento social com o mesmo afinco que fazia em abril. Sabíamos que isso ocorreria, mas volto a chamar atenção para o fato de que estamos vivendo o momento mais delicado da pandemia até agora, e a colaboração de cada gaúcho e de cada gaúcha é essencial”, alertou o Governador Eduardo Leite.
A quinta etapa do estudo Epidemiologia da Covid-19 no RS (Epicovid19-RS) é a primeira da segunda fase de aplicação de testes rápidos, que segue o mesmo funcionamento das etapas anteriores, com exceção da diferença de intervalo entre as rodadas. O resultado da quarta etapa havia sido divulgado no dia 27 de maio. Entre os dias 27 e 29 de junho, foram testadas 4,5 mil pessoas nas nove cidades selecionadas: Pelotas, Porto Alegre, Canoas, Santa Maria, Uruguaiana, Santa Cruz do Sul, Ijuí, Passo Fundo e Caxias do Sul.
De acordo com o resultado dos testes aplicados nesta etapa, estima-se que haja 53.094 pessoas já com anticorpos no Estado, equivalente a 0,47% da população. Na rodada anterior, no final de maio, as projeções eram de 20.226 pessoas infectadas pelo vírus (0,18% da população).
Dos 4,5 mil testes, 21 tiveram resultado positivo para coronavírus: quatro em Caxias do Sul, três em Uruguaiana, Ijuí, Santa Cruz do Sul e Passo Fundo; dois em Porto Alegre e Canoas, e um em Pelotas. Santa Maria foi a única cidade selecionada pela pesquisa que não teve nenhum resultado positivo. Os novos dados estimam que haja um infectado a cada 214 gaúchos – na testagem anterior, havia um caso positivo a cada 562 pessoas; na terceira, um a cada 454 pessoas; na segunda, um a cada 769 e na rodada inicial, um a cada 2 mil.
Para cada 1 milhão de habitantes do Rio Grande do Sul, estima-se que existam 4.667 infectados reais e 2.219 notificações. Para cada caso notificado, portanto, existem cerca de dois casos não notificados. A EpiCovid19-RS ainda tem previstas três etapas: a sexta etapa deve ocorrer de 25 a 27 de julho; a sétima, de 22 a 24 de agosto; e a oitava, de 26 a 28 de setembro.
Letalidade
A letalidade baseada no total de casos é de 1,1%, com uma relação de 559 mortes para cada 53.094 casos. Isso porque a pesquisa considera que haja dois casos para cada notificação – ou seja, o Rio Grande do Sul não teria cerca de 27 mil casos confirmados, mas sim, mais de 53 mil.
Sintomas mais comuns
Os sintomas mais relatados pelas 21 pessoas que testaram positivo para o coronavírus na quinta etapa da pesquisa foram tosse (45%), dor de garganta (35%) e alterações no olfato/paladar (30%). Dificuldade para respirar (25%), febre (20%) e diarreia (10%) também foram relatados. Essa foi a terceira vez que a pesquisa Epicovid19 divulgou resultados sobre os sintomas.
A pesquisa
O Epicovid19 é coordenado pelo governo do Rio Grande do Sul e pela UFPel, mobilizando uma rede de 12 universidades federais e privadas: Imed Passo Fundo, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Universidade de Passo Fundo (UPF), Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/Passo Fundo), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal do Pampa (Unipampa/Uruguaiana), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Universidade La Salle (Unilasalle-Canoas) e Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí).
O estudo, com custo estimado em R$ 1,5 milhão, tem apoio da Unimed Porto Alegre, do Instituto Cultural Floresta, também da capital gaúcha, e do Instituto Serrapilheira, do Rio de Janeiro.
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