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Corsan instala força-tarefa em Santa Cruz

Everson Boeck – [email protected]

Uma equipe de mais de 20 pessoas de várias unidades da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) está em Santa Cruz do Sul desde o dia 23 de janeiro, somando-se à equipe local, para realizar um trabalho que busca corrigir problemas de distribuição de água na cidade. A força-tarefa é um trabalho de diversas Superintendências Regionais e das Diretorias Comercial e de Operações.
De acordo com o diretor estadual de operações, Ricardo Rover Machado, que esteve no município na sexta-feira, 27, e concedeu entrevista ao Riovale Jornal, a força-tarefa vai atuar em duas frentes: pesquisando e consertando vazamentos. “Analisando nosso sistema constatamos que devido ao calor prolongado havia a necessidade de direcionamento de água para determinados setores para que as pessoas não ficassem 24 horas sem água. Isso significou fechamento de registros em diversos bairros, agora vamos trabalhar para que isso não ocorra”, explica.

O QUE ESTÁ SENDO FEITO

Um dos fatores que agrava o problema de abastecimento em Santa Cruz, segundo Machado, são os “vazamentos invisíveis”, os quais representam cerca de 60% do total. “Os vazamentos visíveis são avisados pela comunidade, o problema são aqueles em que a água vaza, mas é absorvida pelo solo não chegando até a superfície. Para a detecção desses vazamentos nossos técnicos de hidrologia e engenheiros estão utilizando equipamentos eletrônicos especiais que escutam o ruído da água saindo da canalização”, informa.
Outro problema identificado durante as análises do sistema de saneamento local é quanto ao problema de excesso ou falta de pressão em alguns locais. “Nos lugares mais baixos a pressão da água é muito alta e nos locais mais altos esta é extremamente baixa, especialmente nos horários de maior consumo”, esclarece.
Para amenizar este problema, Machado disse que estão sendo colocadas válvulas reguladoras de pressão. Até sexta-feira, 27, seis já haviam sido instaladas. “Ao final deste trabalho, em aproximadamente 40 dias, a comunidade sentirá a diferença. A identificação dos vazamentos somada com a instalação destas válvulas, além da manutenção das já existentes, fará com que sobre mais água para os locais que estão com dificuldade em receber o abastecimento”, garante.
O trabalho desenvolvido já começou a viabilizar melhorias. Segundo a companhia, os reservatórios da cidade estão amanhecendo com melhor quantidade de água acumulada a cada dia. Além disso, desde quinta-feira, 26, não é necessária a realização de manobras de direcionamento de água. As equipes ainda vão continuar os trabalhos por um período de cerca de 45 dias.
A força-tarefa conta com 21 trabalhadores, que atuam em duas frentes. Uma delas, composta por funcionários das Superintendências Regionais, visa a detectar e consertar vazamentos invisíveis, com o uso de hastes eletrônicas em vistorias de imóvel em imóvel. O outro grupo, integrado por técnicos em hidrologia e engenheiros da Superintendência de Manutenção e Operação (SUMOP) e da Superintendência da Região Central (SURCEN), destina-se a efetuar um diagnóstico operacional, analisando o sistema de distribuição e identificando problemas a corrigir.
Além de mão-de-obra, a Companhia trouxe para o município para executar a ação cinco retro escavadeiras, quatro caminhões-caçamba, equipamentos registradores de pressão, hastes eletrônicas para detecção de vazamentos invisíveis, conversores de frequência para instalação de sistemas de bombeamento, válvulas reguladoras de pressão, entre outros aparelhos.

FALTA DE CONTRATO COM MUNICÍPIO

Segundo o diretor, o município precisa de obras estruturantes, com uma visão de futuro para o saneamento. “As obras que a Corsan vem realizando são para manutenção do abastecimento. A não renovação do contrato com a Prefeitura impede que a companhia invista pesado na cidade”, afirma.
Machado garante que se um acordo com o Executivo fosse firmado a Corsan conseguiria de imediato realizar grandes investimentos. “Temos dinheiro em caixa para realizar obras maiores e não podemos pela falta de um contrato. Isso fez com que recentemente perdêssemos junto a agentes financiadores cerca de R$ 35 milhões para investimentos em Santa Cruz”, relata.
Segundo Machado, com o compromisso de oferecer mais saneamento para Santa Cruz do Sul, a companhia garantiu, em proposta apresentada ao Executivo Municipal, investimentos de R$ 24 milhões em melhorias no sistema de abastecimento de água e de R$ 10 milhões no de esgotamento sanitário. Na ocasião, porém, a prefeitura optou por não aceitar a oferta, pois não abre mão de realizar uma licitação para definir o futuro concessionário dos serviços de água e esgoto no município.

José Luiz de Lima Vianna

Durante os próximos 40 dias equipes da estatal trabalharão para melhorar a qualidade dos serviços prestados na cidade

Everson Boeck

Rogério Medeiros, chefe da unidade local, e Ricardo Machado, diretor estadual de operações da Corsan, mostrando
uma das válvulas reguladoras de pressão que estão sendo instaladas na cidade

José Luiz de Lima Vianna

Corsan trabalha para identificar e consertar vazamentos invisíveis e melhorar a distribuição de água