A pandemia do novo coronavírus despertou, por parte de nossos dirigentes, visões diferentes a respeito do momento que estamos vivendo. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro fez referências a Deus na busca de superação desta crise, o governador Eduardo Leite referiu-se à ciência em seus pronunciamentos a respeito da Covid-19. A ciência e a religião são unidades complementares, elas convivem na nossa sociedade. Há espaço para ambas, pois a espiritualidade, embora muitas vezes desacreditada pela ciência, possui um caráter realista – principalmente, se levarmos em consideração as experiências dos médiuns, que recebem manifestações não localizadas neste mundo.
A ciência, por sua vez, nos possibilita o enfrentamento de muitos problemas deste mundo. Ela nos faz perceber que nem tudo está entregue a Deus. Pelo contrário, a ciência reforça que muitas das nossas soluções podem ser alcançadas pelo ser humano. A Idade Média, por exemplo, foi um período bastante dedicado a Deus. Mas a busca do conhecimento, e das soluções, exigia uma concepção diferente. No final da Idade Média, o humanismo ganhava força, fundamentado em variados aspectos: o desenvolvimento das artes, das letras, das universidades, da ciência.
A partir do crescimento do humanismo, passamos a conhecer melhor o mundo e a encontrar soluções mais adequadas. Claro que houve situações em que a ciência se separou do humanismo. O desenvolvimento armamentista tem como base a ciência, mas, ao mesmo tempo, muitas vezes as guerras são justificadas em nome de Deus. Tanto a ciência quanto a religião são subvertidas em diferentes ocasiões. O certo é que, numa crise como a atual, o científico é essencial, e a fé nos ajuda, animicamente, a enfrentar esta fase duríssima.