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COP 10 – Tabaco | Subcomissão da Assembleia gaúcha reúne lideranças em Santa Cruz

Na próxima terça-feira, dia 20, lideranças terão encontro com o vice-presidente Geraldo Alckmin, em Brasília

Lideranças do setor do tabaco foram ouvidas pelos integrantes da subcomissão
Jacson Stülp

A Subcomissão em Defesa do Setor Produtivo do Tabaco, vinculada à Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo da Assembleia do Rio Grande do Sul, promoveu na sexta-feira, 16, o primeiro de dez encontros previstos para ocorrer no interior do Rio Grande do Sul com o objetivo de debater e tratar do futuro, da relevância econômica e social do setor, bem como coletar dados e manifestações para formular e encaminhar o posicionamento do Rio Grande do Sul – maior estado produtor do Brasil – frente às disposições da 10ª Conferência das Partes (COP 10), da Convenção-Quadro para Controle do Tabaco (CQCT).

A reunião de trabalho reuniu cerca de 300 pessoas na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Sul, entre representantes da cadeia produtiva, autoridades, políticos e lideranças empresariais. A proposição foi feita pelo deputado Marcus Vinícius de Almeida, coordenador da Subcomissão. “Queremos dar voz a aqueles que muitas vezes são julgados, sem direito à defesa. Não podemos deixar que pessoas que ignoram a realidade do produtor ditem o futuro de nossos municípios”, comentou. Segundo o deputado, a comissão fará reuniões em 10 municípios, ouvindo produtores e empresas.

O deputado estadual, Elton Weber, presidiu a sessão e abriu os trabalhos. “Sabemos que o governo federal é quem terá assento na COP e queremos levar, de forma unida, com todas as entidades ligadas a esse setor, um posicionamento. Para que não leve posições ideológicas, mas posições que estejam em acordo com quem produz e tem relação com o setor no dia a dia”, disse Weber. O deputado fez o registro de que os ministérios foram convidados a participar e lamentou a ausência de representantes.

O presidente do Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Iro Schünke, falou sobre sua expectativa para os próximos meses. “Teremos muito trabalho pela frente; o que temos visto em outras edições é que a cadeia produtiva não é ouvida. O Brasil, por sua posição de liderança mundial, deveria ser protagonista em defender a cadeia produtiva. Infelizmente, não é o que temos visto e as medidas da Convenção-Quadro são sempre aplicadas de forma célere em nosso país. É essa celeridade que a subcomissão precisa agora. Precisamos de um trabalho rápido para que o relatório fique pronto antes de agosto, para que sejamos efetivos nas proposições voltadas à Brasília. O apoio de todos é necessário, mas em Brasília. A pressão política é a única forma para que possamos avançar”, disse Schünke.

Diversas autoridades se manifestaram durante o encontro. Confira

 Todos nós aqui sabemos da importância do tabaco. Em Santa Cruz do Sul, certamente, 70% da arrecadação vem das empresas. A produção e a exportação de tabaco são essenciais para nosso município e é preciso fazer a reflexão: o que será do nosso município sem o tabaco? Esse trabalho é muito importante e o relatório será valioso, porque se o governo federal não vem ouvir, nós vamos levar até eles as preocupações sobre o assunto – Helena Hermany, prefeita de Santa Cruz do Sul.

 É difícil acreditar que ainda hoje não tenhamos regulação do tabaco aquecido e cigarro eletrônico pela Anvisa. E, pasmem, muitos que são contra o plantio do tabaco, defendem a liberação da maconha – Edivilson Brum, deputado estadual.

 Tive oportunidade, como prefeito, de integrar comitiva que acompanhou algumas COPs. E precisamos pensar qual é o objetivo desta guerra travada contra a cadeia produtiva. Acima das questões de saúde e de muito embate ideológico, existe um ranço contra uma indústria e um setor organizado. Precisamos sensibilizar os ministérios e, de forma especial, o Itamaraty. E manter a comitiva de lideranças na porta da COP, mesmo que sem acesso, faz a diferença – Airton Artus, deputado estadual.

 Estamos aqui pelos fumicultores, que sustentam suas famílias, que colocam seus filhos na universidade, por causa do tabaco. E também pelas empresas que geram renda, empregos, impostos. Queremos o governo federal e estadual envolvidos nesse debate para conhecer aquilo que já sabemos: se não tivermos a fumicultura, aí sim, nós teremos um problema de economia no nosso Brasil – Kelly Moraes, deputada estadual.

 Aqui falamos para um público que aplaude quando fazemos a defesa do setor. Mas, na esfera federal, já fomos vaiados e chamados de assassinos. Para além da questão de saúde, é preciso entender que há interesses comerciais nesses ataques à produção de tabaco brasileira, em especial por parte das ONGs antitabagistas, financiadas para esse fim. Mais que isso, Estados Unidos e Argentina não são signatários da Convenção-Quadro e estão torcendo para que a gente pare a produção no nosso país. E se parássemos de produzir tabaco, será que diminuiria o número de fumantes? Certamente, não. Como encaminhamento, sugiro que a subcomissão faça pedido para ter cadeira junto à CONICQ, para levar o contraponto necessário. E, mais que isso, estender para outros estados produtores, para que tenhamos maior representatividade política – Marcelo Moraes, deputado federal.

 Precisamos conscientizar os prefeitos de regiões produtoras sobre a importância do tabaco para os seus municípios. É preciso estarmos todos juntos e a Amprotabaco está à disposição nessa defesa – Guido Hoff, executivo da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco).

 As regiões que produzem tabaco têm um dos melhores índices de desenvolvimento, em comparação com outros estados. Levamos o apelo ao governo federal para que tenha conhecimento sobre a realidade do nosso setor. Aqui ninguém faz campanha para o consumo, mas é preciso que se tenha liberdade, em especial a de produzir algo que gera renda e emprego para tantas pessoas. Fica a sugestão para o governo, ao invés de usar verba para campanhas antitabagistas, que a utilize para fomentar políticas públicas voltadas à agricultura familiar – Sérgio Reis, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Santa Cruz do Sul e representante da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (FETAG-RS) e da Fentifumo.

 Temos participado, direta ou indiretamente, de todas as COPs e não entendemos como o Brasil pode querer atrapalhar um setor produtivo, que gera renda e bem-estar social. Mas continuamos firmes, com a mesma força e vontade de sempre em defender os produtores de tabaco – Marco Antonio dos Santos, representante da FARSUL.

 Levaremos a solicitação de representação do governo do Estado nestes trabalhos e posso adiantar que sabemos da importância econômica e social. Sou fumicultor e agricultor e fico surpreso quando o governo federal fala em diversificação. Saímos da monocultura há muitos anos com o apoio de sindicatos, da Afubra, das fumageiras. E quem não quer reconhecer esse trabalho não quer estar em contato com a realidade – Dalvo Wink, coordenador Regional da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul.

 Colocamos a Universidade à disposição e entendemos que nós, assim como outros setores da região, deveríamos nos somar a essa luta tão importante. Não há dúvida que a matriz econômica e social é fortalecida pelo setor do tabaco – Rafael Henn, reitor da UNISC.

 Ao compararmos com outras culturas, como soja e milho, que são tradicionais na diversificação da propriedade, o faturamento médio de um hectare de tabaco equivale a 6,52 hectares de soja e 6,85 hectares de milho. O produtor não precisa plantar comida, ele precisa plantar tabaco para ter comida na mesa – Benício Albano Werner, presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra).

 Lamentamos a falta de sensibilidade de nossos gestores, na esfera federal. O governo não pode fazer uma campanha como a que fez no dia 31 de maio. Nesse país o tabaco é lícito. Tenho certeza que vamos virar esse jogo – Jarbas Daniel da Rosa, prefeito de Venâncio Aires e vice-presidente da AmproTabaco.