Início Economia Cooperativas Dália e Santa Clara aderem à Plataforma Sino-Brasileira

Cooperativas Dália e Santa Clara aderem à Plataforma Sino-Brasileira

A adesão das cooperativas Dália Alimentos e Santa Clara marcou o início do seminário sobre comércio exterior, que abriu, nesta terça-feira (2), a programação da delegação chinesa que está no Estado em cumprimento ao cronograma de implantação da Plataforma Sino-Brasileira de Facilitação do Comércio e Investimentos, iniciativa que reúne o Governo do Rio Grande do Sul e a municipalidade de Shenzhen, China. A comitiva permanece no Estado até sexta-feira (5), em um roteiro de visitas técnicas pelo interior.

“O estreitamento de relações com a China e o estabelecimento de ações conjuntas, como fazemos aqui, foi uma linha exitosa de nossa política de desenvolvimento”, disse o secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, ao dar as boas-vindas ao grupo. A delegação reúne representantes da Casic Shenzhen, Citic Bank e Shenzhen Agricultural Products.

“A Plataforma já tem a participação garantida do governo de Shenzhen e de duas empresas. No futuro, teremos outras. A China precisa de alimentos e o Brasil é um grande produtor”, disse o gerente-geral da Casic, Zhu Zhengguang. Segundo ele, a missão tem como objetivo conhecer mais detalhadamente o Governo do Estado, as cooperativas participantes do projeto e seus produtos e as políticas brasileiras para o agronegócio.

À tarde, a delegação teve um encontro com representantes de frigoríficos brasileiros que já exportam para a China. Participaram BRF, Alibem e Marfrig, que vendem, respectivamente, carnes suína, de frango e bovina para o mercado asiático. A reunião foi mediada pela coordenadora da Articulação Internacional da SDPI, Mariela Klee, e pelo presidente do Badesul, Marcelo Lopes.

Etapa atual
De acordo com o presidente do Badesul, que coordena a ação da Plataforma no âmbito do Sistema de Desenvolvimento do RS, o processo está em uma etapa marcada pela identificação de demandas, produtos e fornecedores. O passo seguinte será a construção de um plano de negócios, para então passar à implementação do projeto. “Do lado brasileiro, a Plataforma consiste na organização da oferta de alimentos. Da parte chinesa, na organização da demanda e dos canais de distribuição”, define Lopes. Inicialmente, seriam prospectados fornecedores no Rio Grande do Sul. Aos poucos, seriam agregadas empresas brasileiras, uruguaias e argentinas.

O modelo de implantação estudado passa pela constituição de uma empresa brasileira, a SBF – South Brazil Food Trading, formada pelas cooperativas como controladoras e governo gaúcho como sócio minoritário. Essa empresa formaria, na China, uma joint venture com os sócios locais (Casic Shenzhen, Citic Bank e Shenzhen Agricultural Products), a SBF – Sino-Brazil Food Trading.

Interior
Nesta quarta-feira (3), a delegação chinesa inicia as visitas técnicas no interior. Começa pelo frigorífico JBS, em Montenegro. Em seguida, cumprirá roteiro pelas cooperativas parceiras na Plataforma, a Languiru, em Westfália, e a Dália Alimentos, em Arroio do Meio. À noite, está previsto um jantar com a diretoria do Ibravin, em Bento Gonçalves. Na quinta, os chineses visitarão a Santa Clara, em Carlos Barbosa, e a Piá, em Nova Petrópolis. Na sexta, será a vez da Cosulati, em Pelotas. À tarde, encerrando a agenda no Estado, a comitiva irá ao Porto de Rio Grande.

Histórico
A proposta da Plataforma Sino-Brasileira de Facilitação do Comércio e Investimentos começou a ser construída a partir de Missão do Sistema de Desenvolvimento do RS à China, em dezembro de 2013. Em julho deste ano, o governador Tarso Genro assinou um memorando de entendimento, estabelecendo o consórcio que forma a parte brasileira do projeto, integrado pelas secretarias de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI), Fazenda (Sefaz) e Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa), além das cooperativas PIÁ, Languiru, Cosulati e Ecocitrus.

Também este ano, outras duas missões, ambas lideradas pelo presidente do Badesul, Marcelo Lopes, aprofundaram as negociações com a municipalidade de Shenzhen e com o grupo empresarial Casic Shenzhen.

A vinda da delegação chinesa é um desdobramento destas ações e tem como finalidade avançar na discussão do modelo de negócios e das futuras operações.

Texto: Denise Nunes
Edição: Redação Secom