O liberalismo econômico possui seus aspectos contraditórios, pois, se levado ao extremo, pode gerar desigualdade social. À medida que se entrega a economia plenamente ao livre mercado, torna-se muito intensa a competitividade, onde apenas os “mais fortes” sobrevivem. Por isso, a participação do Estado é importante para garantir, ao menos, um abrandamento das desigualdades. Isso não anula a existência do livre mercado, como é possível perceber nas experiências sociais-democratas, onde há espaço para o mercado e também para o desenvolvimento social.
Claro que experiências liberais podem ter sua cota de sucesso. E o pensamento liberal traz contribuições muito relevantes, como é o caso de Adam Smith, pensador escocês do século 18, chamado por muitos de “pai do capitalismo”. Smith defendia o livre mercado e combatia o mercantilismo. Um exemplo de mercantilismo é o Brasil colonial, resultado das grandes navegações que trouxeram Portugal às nossas terras. Havia, por parte dos portugueses, um impeditivo estatal ao Brasil colonial: as riquezas geradas em território brasileiro só poderiam ser negociadas, em ambientes externos, com Portugal.
Observando essa restrição com os olhos dos dias de hoje, parece algo ridículo. As ideias de Smith foram bastante influentes para que essa relação do Brasil com o Exterior se modificasse e fosse mais… liberal. Assim, os portos brasileiros, no século 19, foram abertos a outras nações, além de Portugal. O Brasil se modificou e se tornou mais aberto economicamente a partir de ideais liberais. Não podemos negar tal contribuição proporcionada por Smith e pelo liberalismo.