A indústria da construção mostrou crescimento em todas as suas variáveis em 2011, revela a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (Paic), divulgada na sexta-feira, 28 de junho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A trajetória de expansão da atividade vem se mantendo constante desde 2007, indica o documento.
O economista Fernando Abritta, da Coordenação de Indústria do IBGE, disse à Agência Brasil que o valor de incorporações, obras e serviços da construção, que alcançou R$ 286,6 bilhões, evoluiu 4,5% comparado a 2010. Em relação a 2007, o aumento alcançou 63,1%, já excluídos os efeitos da inflação.
“Todas as variáveis vêm aumentando”, confirmou Abritta. O número de empresas ativas da construção subiu de 52.870, em 2007, para 79.286, em 2010, e para 92.732, em 2011. Os aumentos chegaram a 17%, em relação a 2010, e a 75,4% na comparação com 2007.
O pessoal ocupado, que atingia 1,576 milhão de pessoas em 2007, evoluiu para quase 2,7 milhões em 2011, com incremento de 69,4%. Em relação a 2010 (2,5 milhões de empregados), o acréscimo atingiu 7,7%. Os gastos com salários, retiradas e outras remunerações cresceram, no período de cinco anos, de R$ 19,35 bilhões para quase R$ 49,9 bilhões.
“A média salarial vem aumentando também e atingiu agora R$ 1.437. Teve um aumento real de 3,8% acima do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Em 2010, a média salarial havia sido R$ 1.305 e, em 2007, R$ 945”. O incremento na comparação com 2007 elevou-se a 21,5%.
Segundo o economista do IBGE, em termos de salários mínimos, o valor está constante. “O salário mínimo vem tendo ganhos acima da inflação”. Mesmo assim, disse, 2011, com valor médio de 2,6 salários mínimos mensais, manteve o mesmo patamar do ano anterior e ficou um pouco acima de 2007 (média de 2,5 mínimos/mês).
Abritta lembrou, entretanto, que o salário mínimo teve no período de 2007 para 2011 um crescimento de 45,9%, enquanto o IPCA subiu 24,6%. Em 2011, o salário mínimo cresceu 6,7%, pouco acima do IPCA (6,5%). (Alana Gandra/Agência Brasil)