O Congresso Nacional votou na última quarta-feira, 2, o parecer da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da casa, que recomendava o arquivamento da denúncia de corrupção contra o presidente Michel Temer (PMDB). Os deputados já haviam votado pela rejeição da denúncia no dia 13 de julho, ao reprovar o parecer do deputado Sérgio Zveiter, do PMDB-RJ, que sugeria o prosseguimento das investigações das denúncias de corrupção passiva por parte de Temer.
Após a rejeição da continuação da denúncia durante reunião da CCJ, um novo relatório foi produzido pelo deputado Abi Ackel (PSDB-MG), que sugeria o arquivamento da matéria. Com 263 deputados favoráveis ao arquivamento do caso, Temer está livre de responder as acusações no Supremo Tribunal Federal, o que causaria o seu afastamento da presidência por 180 dias. Agora a questão será retomada após o final do mandato, o que deve ocorrer em dezembro de 2018.
O presidente foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República após o vazamento de áudios que comprovariam seu conhecimento sobre o pagamento de propinas para o ex-presidente do Congresso, o ex-deputado Eduardo Cunha, do PMDB. Temer é alvo de investigação após a abertura de um inquérito, que denuncia os crimes de corrupção passiva, obstrução à justiça e organização criminosa, autorizado pelo Ministro do STF e relator da Operação Lava Jato, Edson Fachin.
MAIORIA DOS DEPUTADOS GAÚCHOS VOTOU CONTRA TEMER
Dos 31 deputados federais eleitos pelo Rio Grande do Sul, 18 se mostraram favoráveis a abertura do processo no STF contra o Presidente Michel Temer na votação de quinta-feira, 2. Na região do Vale do Rio Pardo, o ex-prefeito de Santa Cruz do Sul, Sérgio Moraes, do PTB, foi o único que ficou ao lado de Temer. Heitor Schuch, do PSB, e Luiz Carlos Heinze, do PP, queriam o prosseguimento das investigações e o afastamento do presidente por 180 dias.
Deputados Gaúchos favoráveis a investigação:
- Afonso Hamm (PP)
- Afonso Motta (PDT)
- Bohn Gass (PT)
- Carlos Gomes (PRB)
- Danrlei de Deus (PSD)
- Heitor Schuch (PSB)
- Henrique Fontana (PT)
- Jerônimo Goergen (PP)
- João Derly (REDE)
- Jose Stédile (PSB)
- Luis Carlos Heinze (PP)
- Marco Maia (PT)
- Marcon (PT)
- Maria do Rosário (PT)
- Onyx Lorenzoni (DEM)
- Paulo Pimenta (PT)
- Pepe Vargas (PT)
- Pompeo de Mattos (PDT)
Deputados contrários a investigação:
- Alceu Moreira (PMDB)
- Cajar Nardes (PR)
- Covatti Filho (PP)
- Darcísio Perondi (PMDB)
- José Fogaça (PMDB)
- José Otávio Germano (PP)
- Mauro Pereira (PMDB)
- Osmar Terra (PMDB)
- Renato Molling (PP)
- Ronaldo Nogueira (PTB)
- Sérgio Moraes (PTB)
- Yeda Crusius (PSDB)
MINISTROS LIBERADOS PARA VOTAR PRÓ TEMER RETOMAM OS CARGOS
Dez ministros do governo Michel Temer foram licenciados de seus cargos na data da votação do parecer que recomendava o arquivamento da denúncia de corrupção contra o presidente da república. Na quinta-feira, 3, eles retomaram seus cargos, após votarem pela rejeição da denúncia contra o presidente.
Os ministros que participaram da manobra foram Antonio Imbassahy, chefe da Secretaria de Governo da Presidência da República; José Mendonça Filho, do Ministério da Educação; Bruno Cavalcanti Araújo, do Ministério das Cidades; Fernando Bezerra, do Ministério de Minas e Energia; Osmar Terra, do Ministério do Desenvolvimento Social; Leonardo Picciani, do Ministério do Esporte; José Sarney Filho, do Ministério do Meio Ambiente; Ronaldo Nogueira, do Ministério do Trabalho; Marx Beltrão, do Ministério do Turismo; e Maurício Quintella, do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.
Nesta quinta-feira, 3, um grande número de deputados compareceu ao Congresso Nacional. A base do governo terá como objetivo agora, seguir com as reformas que o Planalto quer implementar, começando pela reforma da previdência. Ainda na noite de quarta-feira, Temer fez um pronunciamento e classificou o resultado da votação na Câmara como uma “eloquente decisão” dos deputados.