Odilon S. Blank*
As condições de existência variam de acordo com os tempos e lugares, surgindo necessidades diferentes, ao homem cabe, pela razão, distinguir as reais das convencionais.
Na prática de bons ou maus atos, há diferenças quanto ao grau de responsabilidade; mais culpado é o homem instruído que faz uma injustiça, sabendo-o do que o selvagem ignorante que satisfaz seus instintos.
Se alguém praticar o mal pela posição em que o colocaram seus semelhantes, tem menos culpa dos que assim procedendo, o ocasionaram; cada um será punido não só pela mal feito, mas também pelo mal a que tenha dado lugar. Aproveitando do mal praticado por outrem é participar dele, pois que dele tira partido e tê-lo-ia praticado se pudesse… Há virtude em resistir ao mal mas se não o pratica apenas por falta de oportunidade, é culpado quem tal deseja.
Não basta ao homem apenas não praticar o mal; deverá fazer o bem dentro de suas limitações, pois “será responsável pelo mal que resultar de não praticar o bem”. O bem não consiste somente em ser caridoso, mas em ser também útil na medida do possível, sempre que for necessário seu concurso.
Há homens que já nascem em meios favoráveis ao mal; isto é uma prova por eles escolhida, para ter o “mérito da resistência”. Tem a missão de influir beneficamente sobre o meio onde vivem. O mérito do bem consiste na dificuldade em praticá-lo; o pobre que divide com outro seu único pedaço de pão tem mais mérito do que é rico que dá o que lhe sobra.
As leis de Moisés, divididas em dez partes, abrangiam as circunstâncias da vida, em sua época e lugar. A lei mais importante de todas, foi dada por Jesus: “Um novo mandamento vos dou; que vos ameis uns aos outros tanto quanto eu vos amo”; em vários povos antigos encontramos “livros sagrados”, escritos por líderes religiosos para impor ordem e respeito ao povo, que observa melhor o que afirmam vir de Deus…
(continua)