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Como a Corsan se prepara para a estiagem em Santa Cruz do Sul

Lago Dourando, que sofreu com a falta de chuva no início do ano, atualmente está com seu nível de água completo

Ricardo Gais
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Controle de todo abastecimento de água de Santa Cruz é feito através de painel. Foto: Ricardo Gais

O Lago Dourado, já recuperado da última estiagem – quando chegou a ficar com a capacidade de água muito baixa (30%) em maio, está sendo preparado para a próxima estiagem, que deverá ser provocada pelo fenômeno La Ninã. De acordo com o Conselho Permanente de Meteorologia Aplicada do Estado do Rio Grande do Sul (Copaaergs), o fenômeno pode provocar anomalias de chuvas e temperaturas do ar, indicando risco de estiagem em todas as regiões do Estado nesta primavera, com maior intensidade em novembro e com probabilidade de continuar durante o verão 2020/2021.

Conforme o superintendente regional da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), José Roberto Ceolin Epstein, o Lago Dourado está recuperado e com sua capacidade em 100%. “Hoje o nosso lago está cheio e nossa preocupação foi fazer uma recuperação rápida do local”, disse. Atualmente, o nível de água do Lago Dourado está em 4,87 metros de sua capacidade, mas pode chegar a 4,90 metros.

Para enfrentar a próxima estiagem, que deve marcar o verão em Santa Cruz do Sul, e evitar o racionamento de água no Município, Epstein explica que a Corsan está trabalhando com estações de bombeamento de água junto ao Rio Pardinho com o objetivo de manter o nível do lago sempre cheio. “Assim, teremos uma tranquilidade maior em relação à utilização do lago, para que ele dê um período de até seis meses para sustentar o abastecimento de água aqui em Santa Cruz”.

O superintendente pontua que a companhia já conta com poços artesianos perfurados e outros quatro que não estão em uso, que foram perfurados na estiagem passada e que podem auxiliar na recarga do lado. “Também estamos com dois contratos de caminhão pipa se houver necessidade para alguma distribuição específica de água, além de equipamentos de backup no Lago Dourado e na estação de bombeamento de água bruta para evitar qualquer tipo de transtorno”, comenta.

José Epstein: “Estamos preparados para o verão”. Foto: Ricardo Gais



No período em que o Lago Dourado estava com boa parte de sua área seca, cidadãos solicitavam que fosse feita a escavação no local. No entanto, Epstein pontua que isso não pode ser feito, pois o lago está implantado em uma área arenosa, com composição de argila no fundo para fazer a impermeabilização do lago. “É uma questão de técnica e temos um lago em perfeitas condições de aproveitamento”, salientou.

A Corsan iniciou, em 28 de setembro, o trabalho de redução de perdas físicas como vazamentos e as perdas aparentes que englobam o processo de renovação de hidrômetros em Santa Cruz, pois conforme o superintendente regional, elas estão altas, acima da meta projetada para o Município. “Estamos trocando em média 1,8 mil hidrômetros por mês, e a nossa meta é trocar 16 mil hidrômetros nos próximos oito meses, para tratar a perda aparente”, explica.

Para resolver as perdas físicas, a Corsan está com duas equipes e na semana que vem a terceira equipe chega a Santa Cruz para realizar um trabalho de pesquisa com equipamentos de escuta para identificar vazamentos “invisíveis”. “Na terça-feira, 20, em sete quilômetros de rede, encontramos em torno de 12 vazamentos que começam a ser consertados”, pontua. O trabalho está sendo feito com mão de obra própria juntamente com uma empresa terceirizada. “A Corsan já está com o contrato vigente com recursos próprios de R$ 5,5 milhões para trabalhar forte nessa redução de perdas”.

A empresa está em tratativa junto ao Banco Mundial, para mais R$ 36 milhões para fins de investimento na parte de perdas. O contrato está na etapa de modelagem e questões de contratações. “Teremos para o ano que vem em torno de 10 a 12 milhões de reais a serem aplicados principalmente na troca de redes”, disse Epstein. Mais de 40 quilômetros de rede serão trocados em Santa Cruz e o contrato iniciado já prevê 20 quilômetros de rede, que estão mapeados e serão substituídas em novembro.

Epstein destaca que a população também deve fazer a sua parte neste momento de estiagem, como fazer a reutilização da água e evitar lavar calçadas e demais desperdícios, além do consumo consciente.

Limpeza dos reservatórios

Em novembro, a Corsan inicia o processo de limpeza anual de seus reservatórios, como previsto em decreto, que exige anualmente o serviço. A ação poderá ocasionar o desabastecimento de água, mas tudo será programado e os cidadãos serão informados. A previsão é de que todo o trabalho seja concluído em 15 dias nos mais de 32 reservatórios no Município.

O novo reservatório da Corsan, no Bairro Santo Antônio, será entregue em dezembro e uma nova adutora será entregue na Rua da Pedreira, no final do ano.