Foto: Banco de Imagens/RJ
Octogenário. Oitentão. O Esporte Clube Avenida completa 80 anos de vida neste sábado, 6, com fôlego de entidade jovem, que busca crescer dentro de si e para o exterior. O Periquito está a duas semanas de sua estreia no Gauchão 2024, marcando uma segunda temporada consecutiva na elite do futebol estadual, e neste ano ainda voltará ao convívio da Série D do Campeonato Brasileiro.
Essas oito décadas de história esportiva, social e comunitária do Nida começou em 6 de janeiro de 1944, fundado por um grupo de atletas excedentes do Futebol Clube Santa Cruz – que viria a se tornar o seu principal rival nos gramados. Um dos precursores do movimento que culminou na criação do clube verde e branco foi o seu primeiro presidente, Arno Evaldo Koppe.
Uma das preocupações iniciais dos avenidenses foi ter um local para jogar. Criado na Várzea, os treinos e jogos ocorriam em um campo do bairro, que hoje leva o nome do próprio Avenida. Registrado na Federação Gaúcha de Futebol em 1946, o time passou a disputar o campeonato estadual no ano seguinte e sentiu a necessidade de um local mais adequado para as partidas. Assim, o Estádio dos Eucaliptos foi inaugurado em 8 de junho de 1950, com uma visita do Grêmio Porto-Alegrense, que venceu por 13 a 2.
Associação com o rival
Futebol no interior do Rio Grande do Sul – bem como de outros Estados – sempre foi difícil de se manter. No começo dos anos 1970, Avenida e Santa Cruz se fundiram para enfrentar suas crises financeiras simultâneas. Surgindo então a Associação Santa Cruz do Futebol. Embora o princípio da nova entidade fosse animador, divergências entre líderes alviverdes e alvinegros não demoraram a aflorar.
Uma delas dizia respeito às cores amarelo e azul nos uniformes da associação. Diante da resistência dos avenidenses, houve a troca para o verde e preto, porém a ideia de dissidência prevaleceu e a parceria foi rompida no final de 1977. O Avenida retomou o seu departamento de futebol, disputou a segunda divisão do Gaúcho e sagrou-se vice-campeão estadual em 1978.
Mais à frente, entre 1990 e 1997, o clube alviverde chegou a ficar sem futebol ativo, se concentrado no departamento social. O retorno aos gramados foi em 1998, quando o Avenida disputou a terceira divisão gaúcha, sagrou-se vice-campeão e subiu para o segundo nível estadual. Em 1999, o clube chegou ao campeonato principal, porém acabou rebaixado em 2000. Acessos e quedas se alternaram nos anos seguintes, em meio a uma séria crise financeira.
No cenário nacional
Um dos momentos mais emocionantes e marcantes para os avenidenses foi a partida contra o Corinthians, no dia 20 de fevereiro de 2019, pela segunda fase da Copa do Brasil, em plena Arena Itaquera, em São Paulo. Em um jogo dramático, o Periquito abriu 2 a 0 nos primeiros 9 minutos da etapa inicial. O time paulista sentiu o drama, descontou ainda antes do intervalo e alcançou a virada no segundo tempo, vencendo por 4 a 2. O feito alviverde, no entanto, nunca mais saiu da memória popular.
Desafios do oitentão
Vice-campeão da Divisão de Acesso em 2022, o Avenida foi nono colocado no Gauchão do ano seguinte e garantiu a sua permanência na elite estadual. Ao final da temporada passada, ainda teve confirmada a sua volta à Série D nacional em 2024. Sob o comando do técnico Márcio Nunes, o Periquito se prepara para as duas competições. Neste sábado, 6, dia do 80º aniversário, o time jogará amistoso com o Caxias na Serra. A estreia no Gauchão será no dia 21 deste mês diante do Internacional no Beira-Rio, em Porto Alegre. Depois disso, o Avenida terá cinco compromissos nos Eucaliptos e cinco fora de casa para completar a primeira fase do campeonato. Oito clubes avançarão às quartas de final. A Série D nacional ainda não possui programação definida.
