Luana Ciecelski
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A Hepatite A é uma doença que atinge todos os anos cerca de 1,4 milhão de pessoas em todo o mundo. É benigna na maior parte dos casos, mas também pode levar o indivíduo, principalmente as crianças, à morte. No entanto, desde o início desse mês os brasileiros possuem uma forma mais acessível de combatê-la. A vacina agora faz parte do calendário básico de vacinações. Todas as crianças com idade entre 1 ano e 2 anos incompletos já podem recebê-la em qualquer posto de saúde do município.
A informação sobre a inclusão dessa vacina no cronograma foi divulgada no dia 28 de julho, Dia Mundial de Combate às Hepatites, pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI). Desde então, o Ministério da Saúde investiu R$ 111,1 milhões na compra de 5,6 milhões de doses da vacina, das quais 2,7 milhões já foram distribuídas entre todos os municípios brasileiros – as demais serão usadas em 2015.
Em Santa Cruz do Sul, segundo a coordenadora do Programa Municipal de Imunizações, Raquel Emmel Lopes, todos os postos de saúde oferecem a dose e espera-se que 1.575 crianças, que estão dentro da faixa etária indicada, sejam beneficiadas. Na região, levando em consideração os treze municípios de abrangência da CRS, este número sobe para 3.831 crianças.
Diferentemente da rede privada, que aplica a vacina em duas doses, pelo Sistema Único de Saúde (SUS) a vacina terá uma dose única. De acordo com a coordenadora do setor de imunizações da 13ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Marlene Webber Andriolo, essa decisão foi tomada tendo como base a aplicação e estudos realizados em outros países como a Argentina, onde constatou-se que com uma dose a criança já apresentava entre 90 e 95% de resposta imunológica. No entanto, o PNI vai estudar a aplicação da vacina e avaliar a necessidade de uma segunda dose no país.
De acordo com um informativo divulgado pelo Ministério da Saúde, através do PNI, a vacina contra a hepatite A é segura e, praticamente, isenta de reações adversas. Como em qualquer outra vacina, podem ocorrer alguns efeitos, como inchaço no local da aplicação e vermelhidão, ou outras reações generalizadas, como fraqueza, cansaço, febre e dores no corpo.
A hepatite A
A principal forma de contágio da doença, segundo o Portal Saúde do Ministério da Saúde, é a fecal-oral, por contato entre as pessoas infectadas ou por meio de água e alimentos contaminados. No Brasil, estima-se que ocorram por ano 130 novos casos a cada 100 mil habitantes.
Habitualmente a doença é benigna, mas segundo Marlene Webber Andriolo, pode também se apresentar de forma grave, quando causa a cirrose hepática, exigindo o transplante do fígado e em alguns casos levando à morte.
O vírus permanece incubado por um período que varia entre 15 e 50 dias e os sintomas mais comuns são febre, pele e olhos amarelados, náusea e vômitos, mal-estar, desconforto abdominal, falta de apetite, urina escura e fezes esbranquiçadas.
A disseminação está relacionada com infraestrutura de saneamento básico e a aspectos ligados às condições de higiene praticadas. A melhor forma de prevenir, quando saneamento básico é precário, é fervendo a água antes de ingeri-la, cozinhando bem os alimentos e lavando as mãos com frequência, principalmente antes das refeições.