Tiago Mairo Garcia
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A estiagem registrada desde o final de 2019 e que vem castigando os gaúchos nos primeiros meses de 2020 começa a produzir seus efeitos nas lavouras agrícolas. Vários produtores optaram por antecipar o início da colheita nas culturas de verão devido a falta de chuvas e com receio de aumentar os prejuízos já estimados de perdas na produção.
Segundo Vilson Piton, Técnico em Agropecuária e Extensionista da Emater/RS, nas lavouras de soja, já foram colhidos 20% da área plantada de 3.400 hectares em santa Cruz do Sul. Os produtores têm colhido uma média que varia de oito a 35 sacas por hectare, número bem abaixo da safra anterior, quando a média colhida era de 60 sacas por hectare. “Nas lavouras de soja as plantas não tiveram a maturação natural e morreram antes de completarem o seu ciclo pela falta de chuvas”, destacou. Sobre o preço da oleaginosa, Piton destacou que a saca está sendo comercializada a R$ 83, preço que pode variar em razão do avanço da estiagem e dos problemas gerados pela pandemia do coronavírus no mundo.
MILHO
Nas lavouras de milho, Piton informou que já foram colhidos 40% da área plantada de 7.800 hectares no município. Segundo o extensionista, a safra tem registrado lavouras com perda total dos grãos e outras com média de 60 a 70 sacos colhidos por hectare, bem abaixo da média de 180 sacos estimado para a atual safra. “Das lavouras de milho boa parte foi para a silagem com baixa qualidade e rendimento menor por hectare”, frisou. Piton salientou que a baixa qualidade da silagem vai influenciar na futura produção de leite. “O produtor de leite terá que investir mais em ração, o que vai aumentar o seu custo de produção”, destacou ele. O preço do milho no momento está R$ 44 a granel, preço que varia e pode ser superior na hora da compra.
ARROZ
Segundo o engenheiro agrônomo, Marcelo Cassol, extensionista da Emater, já foram colhidos 50% da área plantada de 1.900 hectares de arroz. Cassol salientou que os produtores de arroz terão uma quebra de aproximadamente 30% na produtividade em razão da estiagem no município onde 90% das lavouras dependem de água dos rios e arroios. “Em anos normais, a média de produção é de aproximadamente 7.500 quilos por hectare. Também tivemos um atraso no plantio, ocasionadas pelas enchentes registradas em outubro de 2019. A cultura acabou sofrendo, pois além da falta de água no período de florescimento e enchimento de grãos, com a variação térmica de noites frias somando com a seca, acarretou perda de qualidade”, disse o extensionista. No momento o preço do arroz está R$ 50 a saca, valor que pode variar em razão da estiagem e do avanço do coronavírus.