Tiago Mairo Garcia
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Em fase final de maturação, a colheita nas lavouras de arroz plantadas em Santa Cruz do Sul deverá ter início nos primeiros dias de março. Esta é a projeção realizada pelo 27º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (NATE), do Irga, sobre a área de 1.700 hectares plantados no Município.
Com 35 hectares de área plantada em sua propriedade, localizada em Linha Pinheiral, o produtor Áureo Temp confirmou que irá começar a colheita no início do mês de março. Ele salienta que a chuva registrada nos últimos dias salvou a lavoura dos prejuízos causados pela estiagem registrada em janeiro. “Estava somente com 10 hectares salvos com irrigação de um arroio próximo. O restante estava contando como perdido, mas felizmente veio a chuva e a lavoura está se recuperando”, disse o agricultor.
Temp desenvolveu a lavoura com plantio direto e também realiza, em uma área de 10 hectares, o projeto de rotação de sistemas desenvolvido pelo Irga. Outro fator comemorado pelo produtor é o preço ter se mantido alto, com a cotação na faixa de R$ 90 por cada saca de 50 quilos. “Com a colheita deve baixar um pouco, mas ainda sim o preço estará bom”, frisou o produtor, otimista em realizar uma boa safra.
Conforme o técnico orizícola, Enio Alves Coelho Filho, foi desenvolvido o projeto de adequar a propriedade de Temp com o objetivo de proporcionar sistemas alternativos de produção para gerar renda para a pequena propriedade. “É um projeto que estamos realizando há alguns anos, onde desenvolvemos a rotação de sistema para que os produtores da região tenham sistema alternativo de produção e possam viabilizar a pequena propriedade”, frisou.
Filho confirmou que Santa Cruz do Sul possui uma área plantada de 1.700 hectares por 40 produtores nas localidades de São José da Reserva, Reserva dos Kroth, Linha Seival, Linha Pinheiral, Linha Nova e Travessa Rabuske, sendo que todos deverão iniciar a colheita nas próximas semanas. A estimativa do Irga é de que sejam colhidas de 12 a 13 mil toneladas, com uma média de 155 sacas por hectare no Município, mas que eventos climáticos registrados na atual safra podem gerar uma queda de produtividade. “Tivemos uma forte estiagem nos meses de setembro e outubro, fato que dificultou o plantio e a entrada de herbicidas para o controle de ervas daninhas. Muitas lavouras estão sujas com diferentes tipos de inço que geram perda de produtividade. Também tivemos muita chuva nos últimos dias que atingiu o período de floração do grão. Só vamos saber o que foi perdido no momento que iniciar a colheita e ver a média de produtividade”, frisou.
Sobre o preço do arroz, o extensionista do Irga salientou que o atual valor pode compensar os custos que o produtor possui na lavoura. “É um preço bom, que o produtor merece”, disse Filho, destacando que o preço do arroz vem se mantendo desde o final da safra passada. Ele acredita que devido aos problemas climáticos ocorridos no Estado, o preço possa vir a subir novamente. “A expectativa é de que preço possa se manter ou se elevar para que neste ano o produtor possa ter uma boa renda com a colheita”, finalizou.