Tiago Mairo Garcia
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Ainda em estágio inicial, a colheita do arroz começa a ganhar força no Rio Grande do Sul. Conforme dados atualizados na tarde da última quarta, 10, pelo 27º Núcleo de Assistência Técnica e Extensão Rural (NATE), do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), que abrange oito municípios do Vale do Rio Pardo, a colheita já atingiu 7,87% da área plantada. Em Santa Cruz do Sul, a colheita está na fase inicial com apenas 2,9% de área já colhida.
Conforme o técnico orízicola do 27º NATE, Enio Alves Coelho Filho, muitas lavouras do Município foram semeadas em outubro, sendo cultivares de ciclos mais longos. “Essas lavouras ainda não estão maduras e vão ficar prontas para serem colhidas no final de março”, explica Filho. Sobre a produtividade, o técnico destaca que neste início de safra, os produtores vêm conseguindo manter a média de 152 sacas por hectare colhido. “Vem mantendo a média histórica em comparação com a média inicial da última safra”, disse.
Enio salienta ser cedo para afirmar se haverá uma queda de produtividade pelos problemas causados pela estiagem e fortes chuvas no período de plantio e formação das lavouras. “São apenas 50 hectares de área colhidos em São José da Reserva e Dona Carlota, que não sofreram problemas de falta de umidade. A dimensão teremos quando os produtores de Linha Nova, Linha Seival e Pinheiral iniciarem a colheita, pois foram os que mais sofreram com a estiagem em diversos estágios de desenvolvimento da cultura, além de a região ser mais significativa em tamanho, com 715 hectares, que totaliza 42% dos 1.700 hectares plantados no Município. A diferença não é concentrada, e sim, espalhada em Santa Cruz”, finalizou o técnico.
O produtor Airton da Silva já iniciou a colheita na lavoura de 70 hectares, na localidade de São José da Reserva. Ele destaca que possui a expectativa de aumento da produtividade na atual safra. “Acredito que vou colher bem mais do que no ano passado, que tive prejuízos com a estiagem. Este ano conseguimos colocar mais água na lavoura no período de floração e já estamos colhendo entre 170 a 180 sacas por hectare. Vai ser uma safra bem melhor”, frisou.
Sobre o preço da saca de 50 kg, que hoje está em R$ 85, o produtor frisa que espera o valor se manter. “Se ficar nesta faixa, entre R$ 90 e R$ 100, ficaria bom e sobraria mais para a gente. O custo da produção com uso de insumos, combustível e de manutenção das máquinas aumentou e acompanhou a alta do valor. Se manter este preço, teremos uma margem boa para trabalhar e obter uma boa margem de lucro com a lavoura do arroz. Torço que continue assim”, finalizou o produtor.