Alyne Motta
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Não é incomum ouvir comentários sobre livros que viraram filmes. O motivo é que o cinema e a literatura estão cada vez mais unidos. Embora sejam artes diferentes, possuem interdependências, sendo que as mesmas foram apresentadas em palestras para estudantes do Ensino Médio.
O Serviço Social do Comércio (Sesc) vem desenvolvendo o projeto Sesc Mais Leitura, cujo propósito é incentivar a leitura e o interesse pela literatura. Para abordar o assunto, nada mais que um especialista na sétima arte, o cineasta porto-alegrense Rodrigo Castelhano.
Nos dias 24 e 25 de abril, ele apresentou a palestra “Literatura e Cinema”, onde falou aos estudantes as formas de adaptação de textos literários para cinema e audiovisuais. De acordo com a agente de Cultura e Lazer do Sesc Santa Cruz, Janine Pfaffenzeller, a oficina foi voltada aos adolescentes.
“Temos outros projetos que são direcionados ao público infantil. Este ano quisemos priorizar estudantes maiores”, explica Janine. Em dois dias, cerca de 150 alunos, das escolas Santa Cruz, Família Agrícola e Alfredo Kliemann foram contemplados com o projeto.
Divulgação/Sesc Santa Cruz
Palestras foram voltadas para alunos do Ensino Médio
Atentos, os alunos aprenderam sobre as técnicas de compreensão da narrativa literária de uma forma simples. “Apresentei a literatura e seus gêneros, complementando, chegando ao audiovisual e transpondo para a magia que o cinema tem”, explica Rodrigo.
Na segunda cidade que visita através do Sesc, o cineasta tem se surpreendido bastante com o interesse dos participantes. “O cinema em si tem sua mágica, assim como a literatura tem sua importância. Nos encontros, mostro formas de unir essas duas artes”, declara Rodrigo, que também é diretor de cinema e televisão.
Com cerca de 1h30, as palestras são voltadas para a teoria, com exibições de alguns vídeos. “Trago exemplos de audiovisuais, de como produzi-los e de filmes concebidos com base em livros”, comenta Rodrigo, acrescentando sobre a diferença existente nas obras.
“A literatura te permite viajar, transpor as barreiras da imaginação, ao contrário do cinema, que mostra um produto pronto, mas vai além, trazendo todas as percepções para o espectador”, revela o cineasta, que também é roteirista. “A imagem é sugerida no cinema, ao contrário da literatura”, acrescenta.
O MINISTRANTE
Arquivo Pessoal
Rodrigo Castelhano mostrou sua experiência em cinema unindo com a literatura
Rodrigo Castelhano é diretor e produtor cinematográfico em Porto Alegre. Em sua trajetória profissional já trabalhou em aproximadamente 60 curtas-metragens, quatro longas e dezenas de filmes publicitários e programas de televisão. Há cerca de 10 anos também ministra cursos para tv, cinema e publicidade.
Rodrigo foi um dos primeiros diretores independentes a produzir filmes em alta definição no país. A primeira obra foi “A morte bate a porta”, seguido de “Dá 1 tempo”, “Eu odeio o Orkut” e “Meu pai é um figurante”. É um dos diretores da produtora Guecko Filmes e da Escola de Atores Núcleo Set.