Início Religião Cinco cardeais brasileiros devem participar de eleição do próximo papa

Cinco cardeais brasileiros devem participar de eleição do próximo papa

Cinco cardeais brasileiros devem participar do conclave que se reunirá para eleger o sucessor do papa Bento XVI. Ele anunciou ontem que deixará o posto no dia 28 de fevereiro. Segundo a última lista do Vaticano, atualizada há duas semanas, há um total de 119 cardeais aptos a votar no conclave. Para poder participar da escolha do papa, o cardeal precisa ter menos de 80 anos.

O Brasil tem um total de nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite.

Os cardeais brasileiros que poderão votar são dom Cláudio Hummes, de 78 anos, ex-arcebispo de São Paulo e atual prefeito emérito da Congregação para O Clero; dom Geraldo Majella Agnelo, de 79, arcebispo emérito de Salvador; dom Odilo Scherer, de 63, arcebispo de São Paulo; dom Raymundo Damasceno Assis, de 76, arcebispo de Aparecida; e dom João Braz de Aviz, de 64, arcebispo de Brasília.

Dom Eusébio Scheid, arcebispo emérito do Rio de Janeiro, está fora do conclave por ter completado 80 anos em dezembro. Também já ultrapassaram a idade limite os cardeais dom Paulo Evaristo Arns, de 91 anos, ex-arcebispo de São Paulo; dom Serafim Fernandes de Araújo, de 88, ex-arcebispo emérito de Belo Horizonte; e dom José Freire Falcão, de 87, ex-arcebispo de Brasília.

A lista de eleitores no conclave tem cardeais de cerca de sete dezenas de países diferentes. Os cardeais italianos são os de maior número.

Segundo o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, o conclave deverá ser realizado entre 15 e 20 dias após a saída de Bento XVI. “Devemos ter um novo papa até a Páscoa”, afirmou Lombardi. (BBC Brasil)

CNBB

A notícia da renúncia do papa Bento XVI ontem foi recebida com surpresa pelos católicos brasileiros, segundo o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Steiner. Na avaliação do religioso, Bento XVI entrará para a história da Igreja como o papa que sempre abordou a questão mais essencial do Cristianismo, a do amor de Deus.

“Surpresa é a expressão para dizer que não esperávamos um gesto tão importante dentro da Igreja, apesar de sabermos que não é o primeiro papa que renuncia (o último foi o papa Gregório XII, em 1415). Mas, em plena atividade, ele dizer que não tem mais condições físicas e, nos tempos atuais, isso exige uma presença mais forte, mais viva já que tudo corre rapidamente”, disse dom Leonardo Steiner.

Ao lembrar textos e pronunciamentos de Bento XVI ao longo de quase oito anos de pontificado, dom Leonardo avalia que ele deixará aos católicos o legado de ter sido o papa do amor. “Se dissemos que João Paulo II foi o papa da paz, provavelmente o futuro no dirá que Bento XVI foi o papa do amor. Ele muitas vezes falou da civilização do amor, falou aos jovens da necessidade de amar, de testemunhar a fé como caridade, como amor.” (Yara Aquino/ABr)