Muita gente me pergunta na rua e até entendo, como é que eu chamo de “charmoso” o Gauchão que tem apresentado tantos problemas, principalmente este ano. Pois bem, eu explico.
É a chance de os torcedores do interior, que são quase a metade dos sócios da dupla, verem pelo menos uma vez por ano, em algumas cidades, seus times jogarem. E muitas vezes Inter e Grêmio vão até a cidade deles, quando vão, com time de reservas ou juvenis.
Um campeonato curto, que dá o mesmo direito de levantar taça, que cá pra nós, tem sido a única nos últimos anos que os nossos times têm levantado, que dá a chance de revelar craques, inclusive Luan, testado no Gauchão e hoje titular absoluto do Grêmio, Wendell, vendido por uma fortuna pro futebol alemão, Ramiro e Bressan que igualmente surgiram no Gauchão, enfim…
Pra mim, o Gauchão é muito “charmoso” sim, gosto de andar pelas estradas gaúchas como vou a Rio Grande neste sábado, narrar o jogo num estádio que não vejo há mais de 20 anos, o Aldo Dapuzzo. Encontrar as pessoas que nos assistem diariamente, que gostam da gente, nos abraçam, que vibram com o nosso principal campeonato. Tudo isso me faz gostar tanto de um campeonato que joguei, que fiz como repórter de rádio no interior e hoje como narrador da RBS TV.
Colocar times titulares, claro, lançando alguns garotos é até uma obrigação da dupla Gre-Nal, que recebe uma verba bastante alta da FGF para participar do campeonato e precisa mostrar seus craques ao sócios e torcedores do interior do estado.
Vamos curtir, portanto, o nosso “charmoso”…
*****
Chuva e vitória suada
O Internacional passou trabalho no jogo de quarta no novo Beira-Rio. Os jogadores dentro de campo e os torcedores e dirigentes fora dele. Em campo o time suou muito para bater o Brasil de Pelotas, grande destaque do interior do estado no Gauchão.
Time sonolento e sem criatividade, parecendo o do ano passado, só conseguiu fazer o gol no finzinho quando o reserva Wellington Paulista entrou no lugar do lateral Gilberto. Se o time tivesse entrado em campo domingo contra o Veranópolis, estaria correndo mais, mais entrosado e com mais ritmo. Time que para é time que recomeça.
Fora de campo, inúmeros problemas. Lama ao redor do estádio, internet e telefone não funcionando e o pior: Os torcedores tomaram um banho de chuva nos lugares em que deveriam estar protegidos pela cobertura. Digo agora o que dizia nos tempos de Arena. Acho que deveriam apresentar o estádio aos torcedores quando a obra estiver pronta, completa, caso contrário vai perdendo o brilho com os problemas.