Ana Souza
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O assassinato da adolescente Marciele Freitas Pinheiro, 12 anos, morta a facadas no dia 17 de maio ganhou mais um passo na investigação. A Polícia Civil de Rio Pardo prendeu na tarde de quinta-feira, 31, um suspeito de envolvimento na morte da menina. Preso no Bairro Ramiz Galvão, em Rio Pardo, o jovem, de 22 anos, é um dos suspeitos de ter participado do crime brutal que chocou a cidade vizinha. Ainda na tarde de ontem, 1º, mais um suspeito foi detido.
Policiais se dirigiram até a residência do primeiro suspeito por volta das 9h30 da manhã de quinta, e no quarto encontraram uma faca com sinais de sangue, esta semelhante a que foi utilizada no crime. Após quebra de sigilo telefônico da vítima, a polícia localizou o aparelho celular de Marciele ligado em Rio Pardo. A mulher que portava o celular contou aos policiais que havia adquirido o aparelho de uma prima. Esta por sua vez, relatou que o jovem suspeito de ter participado do crime havia lhe oferecido o celular no dia 18 de maio e trocado com ela de aparelho. Por não conseguir usar o mesmo, a mulher acabou devolvendo o aparelho para a prima.
Foi através dos depoimentos das mulheres que os policiais chegaram à casa do jovem. Ele foi detido por volta do meio-dia, do dia 31, e encaminhado à Delegacia de Polícia. Em depoimento, afirmou que não teria cometido o crime. Mas, conforme o delegado responsável pelo caso, Anderson Faturi, foram prestados três depoimentos. Todos com versões diferentes. No primeiro ele diz não conhecer a vítima e nem mesmo o celular desta. Em outro depoimento ele contou que teria adquirido o aparelho e, no terceiro, que teria comprado de um conhecido. Relatou ainda que a pessoa que lhe vendeu o aparelho teria matado a menina e lhe repassado o celular.
Todos os relatos se tornaram os principais indícios do envolvimento do suspeito no assassinato da menina. Não há certeza de que o jovem seja o autor do homicídio, mas o delegado acredita que ele esteve na cena do crime. Faturi também enfatizou que o suspeito teria fornecido detalhes, entre eles o ponto onde Marciele havia sido abordada pelo suposto assassino, bem como foram feitos os golpes que levaram à morte da adolescente.
Mesmo tendo chegado a um dos suspeitos de envolvimento com o assassinato, há muitos mistérios que rondam a morte da menina. As investigações apontam para um possível crime de homicídio, com indícios de motivação passional. A polícia decretou a prisão temporária do suspeito que foi encaminhado ao Presídio de Rio Pardo ainda na noite de quinta-feira, onde ficará detido por, pelo menos, 30 dias.
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O crime que chocou a cidade de Rio Pardo
A adolescente Marciele Freitas Pinheiro, de 12 anos, estava desaparecida desde o início da manhã de quinta-feira, 17 de maio. Após buscas feitas pelo irmão e o pai, o corpo foi localizado na noite do mesmo dia, dentro de um mato. Moradora da Rua General Portinho, Bairro Boa Vista em Rio Pardo, Marciele usava o caminho todos os dias para se dirigir à Escola Rio Pardo, no Bairro Guerino, onde estudava na 7ª Série. Nas proximidades deste local que o corpo da adolescente foi encontrado. Ela estava com o pescoço bastante machucado, tendo neste enrolado um dos cadarços do tênis que usava. A adolescente foi atingida no peito, no pescoço e no braço esquerdo por cerca de 15 facadas.
Marciele foi encontrada vestida e portando a mochila com o material escolar. A estudante saiu de casa às 7h para ir até a escola – antes disso havia conversado por telefone com a mãe, Lurdelita Freitas, que estava no interior do município desde a noite de quarta-feira –, por volta das 9h30 a família foi em busca da adolescente, após receber ligação das colegas de escola que notaram pela ausência dela em sala de aula. O irmão e o pai da vítima, Márcio Pinheiro, saíram em busca da menina, refazendo o caminho por onde ela costumava passar. Por volta das 20h, encontraram o corpo.